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Polí­cia

Vereador relatou momentos de terror durante a madrugada

Vereador relatou momentos de terror durante a madrugada Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Vereador relatou momentos de terror durante a madrugada Vereador relatou momentos de terror durante a madrugada

A casa do vereador de Palmas/TO, José do Lago Folha Filho (PSD), foi assaltada na madrugada desta terça-feira, 24 de maio. De acordo com informações repassadas pelo próprio vereador em entrevista ao Conexão Tocantins, por volta das 2h, bandidos armados invadiram sua casa, fazendo toda a família refém. “Entre 2h a 2h30min esses vagabundos, malandros, não sei que nome dou a eles, chegaram na minha casa”, informou.

Segundo Folha, ao todo eram quatro criminosos que teriam conseguido entrar na residência devido um pequeno defeito no portão eletrônico. Depois de abrirem o portão, dois bandidos teriam adentrado na residência. Foi aí que começou o momento de pânico do vereador, esposa e dois filhos, um de 15 e outro de 17 anos. “Eles entraram foram primeiro no quarto dos meus filhos e aí lá começaram a torturar os meninos. Pedindo dinheiro, pedindo celular. Eles entregaram televisão, entregaram o celular, entregaram notebook, perfume, camisetas. E aí ele pegou um dos meus, o menor, botou a arma na cabeça e levou lá no nosso quarto, mandou o menino chamar a gente”, informou.

De acordo com Folha, o seu filho de 15 anos chegou no quarto do casal e começou a chamar pela mãe. “A minha mulher falou: Folha, tem alguma coisa errada, os meninos estão aí na porta chamando”. Folha disse que respondeu a sua esposa que abrisse a porta. “Aí quando abriu a porta já entrou no nosso quarto os dois (bandidos), com revolver e já foi torturando, mandando deitar no chão, batendo no pescoço da gente, torturando mesmo, pedindo dinheiro, pedindo joia, pedindo tudo que você possa imaginar”, afirmou.

Segundo Folha, os bandidos conseguiram roubar cerca de R$ 800, celulares, perfumes, semijoias e televisores.  “Queriam joia, falei que não tinha, que só se fosse bijuteria. Aí eles acharam uma caixa aqui cheia de semijoia, pegaram tudo”, disse. Folha disse que a cobrança por dinheiro não cessou. Os bandidos queriam saber onde ficava o cofre da família. “Fui comerciante, tinha um cofre e até hoje tenho um cofre aqui. “Quando ele (um dos bandidos) foi no fundo do quarto ele viu o cofre e aí foi que ele ficou nervoso”, disse Folha. Sozinho no quarto com Folha, o bandido ficou sem saber o que fazer. De acordo com o vereador Folha, o criminoso resolveu pedir ajuda aos outros criminosos que, segundo ele, estavam pela casa à procura do que roubar "mandou eu levantar, colocou a arma na minha cabeça e falou: Levanta aí, vamos ali! Me trouxe aqui fora para poder chamar os outros. Quando ele passou na porta do meu quarto, como ele era muito magrinho e aí a porta do meu quarto é de madeira, ele passou um palmo na minha frente, quando ele foi passando desviou o revolver e foi a hora que eu puxei a porta, bati a porta nas costas dele, empurrei ele”, informou Folha.

Foi o momento decisivo, segundo Folha. “Eu tranquei a porta e comecei a gritar para os vizinhos que estava sendo assaltado, foi a hora que eles se assustaram e foram embora, nesse momento foi que Deus nos salvou. Não sei se ele estava me chamando lá fora era para me atirar lá fora, ou se era para saber do cofre. Ele estava muito nervoso dizendo toda hora que ia atirar na minha cabeça, que ia me matar”, disse o vereador Folha.

Folha informou que a ação aconteceu por cerca de 15 minutos. “Uns 15 minutos torturando, empurrando a gente, colocando arma na gente, espancando, fazendo toda uma tortura psicológica”, disse. Os bandidos estavam visivelmente embriagados e drogados segundo o vereador. 'Eles estavam anormais", comentou Folha. "Fazia uma pergunta e quando a gente respondia mandava calar a boca",disse Folha. 

Polícia Militar 

De acordo com o vereador José do Lago Folha Filho, se a polícia tivesse agido com mais agilidade, teria conseguido capturar os bandidos. "A Polícia, tinha uma viatura a 200 metros da minha casa e infelizmente a moça lá do 190 entendeu que era na 408 Norte e era 405 (Norte). Se eles estivessem vindo para o endereço 405, talvez tinham pegado os bandidos na minha porta. Chegaram depois dentro de quase trinta minutos porque o endereço que obtiveram era 408", explicou. Mas o vereador resumiu: "Cabe agora a Polícia Civil fazer a investigação porque é uma quadrilha. Quero fazer a avaliação da Polícia como positiva porque se eles estavam a 200 metros da minha casa quando aconteceu e se tivesse o endereço real talvez eles tinham conseguido chegar no tempo de pegar eles (os bandidos)", afirmou. 

Sobre a falta de segurança pública em Palmas, Folha afirmou que nesse momento quer se colocar como qualquer cidadão. Não vou falar como parlamentar mas como cidadão comum eu percebo que realmente nós estamos com dificuldade de ter segurança. Parece que nos mesmos moldes disso que aconteceu comigo, aconteceu mais dois ontem à noite", disse. O vereador disse ser preciso montar uma força tarefa "e acreditar que o governador, que a equipe do governador possa mudar, mudar muito radical para que a gente possa ter realmente a segurança que nós precisamos", disse. 

O vereador informou que irá procurar os meios possíveis para pedir providências quanto a falta de segurança. "Quero até, depois do que aconteceu comigo, provocar instituições de segurança, organismos de fiscalização, como Ministério Público, OAB, Defensoria Pública, Câmara, Prefeitura, entidades que discutem a segurança pública, montar uma estratégia que possa transformar a nossa capital que é tão bonita que, a gente possa encontrar um caminho para isso aí, para esse momento de insegurança. Concluo dizendo que o nosso momento é de total insegurança", disse. 

Até o momento, nenhum dos envolvidos no caso foi preso.