A Universidade Federal do Tocantins (UFT), Câmpus Palmas, abre espaço para a realização da III Assembleia dos Povos Indígenas dos Estados de Goiás e Tocantins. O encontro traz a temática "Na defesa dos Direitos Constitucionais dos Povos Indígenas, resistimos e denunciamos os impactos do Matopiba nos territórios tradicionais". O evento começou nessa segunda, 20, e finaliza na próxima quinta, 23, no Câmpus de Palmas.
A Assembleia é uma iniciativa do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e de etnias do Tocantins e de Goiás. A proposta é discutir o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 215, o Matopiba, a saúde, o saneamento básico e a educação do povo indígena.
Ladolvina Pereira é uma das organizadoras e conta que outro objetivo da Assembleia é defender a questão territorial. "Os indígenas têm muita preocupação com o desmatamento, faltam muitas terras para demarcar”, pontua. Ladolvina ainda acrescenta que o agronegócio avança sobre as terras indígenas e prejudica a qualidade da água, culminando em problemas de saúde.
Matopiba
A expressão Matopiba resulta de um acrônimo criado com as iniciais dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Essa expressão designa uma realidade geográfica que recobre parcialmente os quatro estados mencionados, caracterizada pela expansão de uma fronteira agrícola baseada em tecnologias modernas de alta produtividade.
Confira a programação abaixo:
Dia 21 de junho (terça-feira)
Manhã
08h às 12h
Debate: Conjuntura local das Aldeias
Representantes das aldeias
Representantes do campo
Tarde
14h às 18h
Mesa: Ameaças e desconstrução dos Direitos Constitucionais dos Povos Indígenas
Palestrantes/debatedores:
- Nailton Pataxó
- Leila Guarani
- Sandro Kayapó
- Cleber Cesar Buzatto
Noite
18h30 – Jantar
19h30 – Lançamento do filme: Taego Awã
Dia 22 de junho (quarta-feira)
Manhã
08h às 12h
Mesa de debate: Os impactos do Matopiba nos territórios tradicionais e suas implicações nas mudanças climáticas
Palestrantes/debatedores:
- Antônio Apinajé
- Gecilha Krahô
- Ronivon Matias (Liderança camponesa)
- Ivo Poleto (FMCJS)
- Dr. Gustavo Kenner Alcântara 6ª Câmara
- Dra. Sandra Verônica Cureau 4ª CCR
- Dr. Álvaro Manzano – MPF – TO
Tarde - Coordenador: Antônio Apinajé
13h45 às 15h45
Mesa: Desterritorialização dos territórios dos povos Indígenas e Comunidades Tradicionais e a territorialização do capital e os conflitos no campo.
Palestrantes/debatedores:
- Prof. Alfredo Wagner Berno de Almeida – UFAM
- Debate com participação da plenária.
16h - Concentração da caminhada frente ao Colégio São Francisco
16h30 - Caminhada
Noite
19h – Jantar
19h30 – Pré-lançamento da campanha em defesa do Cerrado
Dia 23 de junho (quinta-feira)
08h as 10h
Mesa de debate: Educação escolar indígena e os desafios de sua implementação nos povos indígenas e as perspectivas na Universidade.
Palestrantes/debatedores:
- Adão Oliveira – Secretaria De Educação – TO
- Laura Vicuña – CMI
- Rogério Xerente – Conselho Estadual de EEI
- Maíra Tapuia – Universitários Indígenas
- Raquel Teixeira – Secretaria Educação – GO
Coordenador: Adriano Karajá
10h às 12h
Mesa de debate: Atenção e garantia à política de saúde indígena
Palestrantes/debatedores:
- Nailton Pataxó Hã-hã-hãe
- Antônio Fernando DSEI/GO
- Cléber Buzzato – CIMI
- Dr. Álvaro Manzano – MPF/TO
- Ivanezilha F. Noleto – DSEI
- Dra. Ana Paula Goes – MPF/GO
- Dr. Arthur L. Pádua – Defensoria Pública
- Dr. Rodrigo Rodrigues – SESAI
Tarde - Coordenador: Bonfim Xerente
14h às 18h
Mesa: Territórios demarcados e protegidos, direito dos povos Indígenas e responsabilidade do Estado Brasileiro.
Palestrantes/debatedores:
- Eduardo Batalha – Funai
- Flávio Silveira – Ibama
- Herbert Barros – Naturatins
- Dr. Álvaro Lotufo Manzano – MPF/TO
Coordenador: Evangelista Apinajé
16h às 18h30
Mesa: Defender os direitos da mãe terra e tecer o bem-viver.
Palestrantes/debatedores:
- Nailton Pataxó Hã-hã-hãe
- Laila Guarani
- Tabo Kayapó
- Tuira Kayapó
18h30 – Leitura e aprovação do documento final
Noite
19h – Jantar
19h30 - Cantoria