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Saúde

Foto: Josy Karla

Foto: Josy Karla

Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) já podem encontrar nos hospitais públicos do Estado a Profilaxia Pós-Exposição Sexual (PEP), medicação que previne a infecção pelo vírus HIV. A medicação é recomendada para vítimas de violência sexual, trabalhadores expostos a material biológico e indivíduos que tenham mantido relação sexual consensual em situações de risco ao HIV. A medicação faz parte do coquetel administrado no tratamento contra a Aids. 

Para ter acesso à PEP, é preciso procurar um serviço de saúde até 72 horas após situações de risco ao HIV ou possível exposição a material biológico contaminado para avaliação médica e multiprofissional, realização de testes rápido, aconselhamento sigiloso e início imediato da administração da medicação preventiva.

O tratamento preventivo à infecção consiste na administração de quatro medicações contidas em dois comprimidos coformulados por 28 dias seguidos e sem interrupção. “Quanto antes a pessoa começar a tomar a medicação, maiores são as chances de garantir o efeito do medicamento e impedir com mais eficácia a instalação do vírus no organismo. Por isso, o atendimento inicial é feito com classificação de risco vermelha, como atendimento de urgência”, ressaltou a assessora da prevenção da Gerência Estadual das DST/HIV/Aids e Hepatites Virais, Valéria Ribeiro.

Procurar ajuda nas primeiras 72 horas é crucial. “O primeiro passo é fazer o teste rápido, iniciar o tratamento com a PEP imediatamente, o que deve ser seguido à risca por 28 dias. Completados 30 dias, outro teste rápido será realizado para checar se houve eficácia na prevenção. O resultado sendo negativo, o paciente recebe alta. Caso contrário, já inicia o tratamento com outra dosagem continuamente”, completa. Caso a profilaxia seja interrompida, será recomendado o início do tratamento com o coquetel para tratamento contra o HIV. 

Onde encontrar a PEP? 

A oferta da medicação garantida em todos os 18 hospitais da rede pública de saúde no Tocantins é estratégica, diz a gerente estadual das Dst/Hiv/Aids e Hepatites Virais, Caroline Biserra. “No caso dos hospitais, foi oportuno iniciar por eles porque funcionam 24 horas. Como é um medicamento de emergência, é preciso que esteja disponível em serviços que funcionem em regime 24 horas”, completou.

No entanto, a Secretaria de Estado da Saúde já está avaliando a ampliação da oferta. “A ideia é descentralizar e oferecer a todo o Estado, inclusive, dentro das unidades básicas de saúde”, acrescentou a gerente. Em Palmas, além dos hospitais estaduais, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, na Quadra 103 Norte, já oferece a PEP na sua rotina de acolhimento.

Assessoramento técnico

Para garantir a oferta da PEP na rede hospitalar, 12 encontros de assessoramento técnico já foram realizados com técnicos de todas as equipes dos hospitais estaduais. Por meio do assessoramento, os profissionais da assistência hospitalar recebem atualização sobre as políticas públicas de prevenção e assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como a Aids, e sobre a garantia da confidencialidade no processo de acolhimento, aconselhamento e testagem de vítimas de violência sexual e de adultos e crianças expostos a incidentes na relação sexual. 

Além da intensificação da oferta da testagem rápida para o vírus HIV, sífilis e hepatites virais, desde o início de 2016, a Secretaria de Estado da Saúde tem orientado os profissionais da Atenção Básica nos municípios a incluírem os pedidos de exames para HIV e Hepatites Virais nas consultas de rotina, conforme a Recomendação nº 2/2016 do Conselho Federal de Medicina (CFM).