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Saúde

Foto: Valdo França

Foto: Valdo França

Neste ano a campanha do Governo do Estado voltada ao Dia Mundial de Luta contra a Aids faz o alerta para a prevenção, especialmente, para a população jovem do Tocantins, devido a população entre 15 a 24 anos ser considerada mais suscetível à infecção pelo HIV. Segundo o Ministério da Saúde, um em cada três jovens diagnosticados com o vírus no País está nesta faixa etária.

Segundo a gerente estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), Caroline Biserra, esse fato merece atenção por parte da gestão estadual e dos gestores municipais, pois o dado não demonstra queda na transmissão da doença, mas sim, uma fragilidade por parte dos serviços em realizar o diagnóstico precoce do HIV. Além disso, o cenário preocupa porque indica que a população jovem não tem se prevenido. “Demonstra vulnerabilidade à prática do sexo seguro, expondo em grande risco a população jovem á infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV) e outras DSTs. Descobrindo a infecção precocemente e iniciando o tratamento rapidamente, o portador do HIV pode retardar por anos a manifestação da Aids”, completa. 

“Os primeiros sinais de que a Aids está se instalando são fraqueza, emagrecimento, febre, suor noturno, falta de apetite, diarreia e queda de cabelo. Mas isso, em geral, pode surgir a depender da eficácia do tratamento, que também depende dos hábitos alimentares e de vida da pessoa. Esses hábitos podem favorecer o surgimento de infecções oportunistas. Nesses casos, se não tratada precocemente e dependendo da imunidade do portador da Aids, essas infecções podem levar a óbito”, completa a gerente. 

Os sinais descritos pela gerente são semelhantes aos sentidos por Marina (nome fictício), moradora de Palmas que tem 28 anos e descobriu o vírus HIV há três anos. Ela conta que usava preservativo no casamento, mas após a separação, teve relações sem proteção. Ela explica que não tem certeza de quando contraiu o vírus, mas deixa um conselho aos jovens. “O conselho que dou é que se previnam mais, porque relação sem proteção traz o risco do HIV, da sífilis e outras DSTs. Sei que o jovem não se preocupa em usar o preservativo, mas quando descobre é que cai a ficha e esperar para aprender a lidar pode ser tarde”, completa, explicando que iniciou o tratamento antirretroviral uma semana depois do teste rápido positivo”. 

A jovem conta ainda que se casou novamente e que atualmente toma todos os cuidados necessários para proteção do companheiro. “Descobrir não mudou minha rotina, continuo trabalhando e trato do assunto abertamente com minha família, meus amigos e colegas. Mas minha vida mudou bastante sim, amadureci bastante, me preocupo mais com minha saúde. Meu companheiro e eu sempre nos protegemos. Ele faz consultas e testes rápidos de seis em seis meses. Hoje temos uma rotina de cuidado um com o outro”, diz Marina.

Proteção e tratamento

Para garantir cada vez mais acesso a métodos preventivos, o Estado tem investido na distribuição de preservativos gratuitos já que a forma mais segura para prevenção contra a infecção ainda é o uso de preservativos nas relações sexuais. Por isso, 3.505.853 de preservativos masculinos e femininos foram distribuídos de janeiro a novembro deste ano através de serviços de saúde. Por ocasião da Campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids, que se inicia nesta quinta-feira, 1º, mais 617 mil preservativos serão distribuídos em todo o Estado. Também foram distribuídos mais de 30.700 testes rápidos de HIV para os municípios até o mês de novembro. No Dia Mundial os municípios ofertarão testes rápidos à população.

Atualmente 2.399 pessoas estão em tratamento contra o HIV no Estado. O tratamento contra a Aids é oferecido gratuitamente e é custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para ter acesso basta procurar os Serviço de Assistência Especializada (SAE). O tratamento é eficaz e garante qualidade de vida prolongada aos portadores. Conforme nota técnica divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde, o tratamento oferecido pelo SUS é o único reconhecido como eficaz na luta contra o HIV.

Ciente da existência de dificuldades de pacientes na adesão ao tratamento antirretroviral, a gerente das DST/Aids e Hepatites Virais do Estado explica que dúvidas ou reações ao tratamento podem ser discutidas diretamente com o médico de serviços especializados, onde o tratamento é oferecido. “Isso não justifica a interrupção do tratamento antirretroviral, que é a única forma cientificamente comprovada e reconhecida no Brasil e no mundo que oferece controle contra a infecção e que evita o desenvolvimento do vírus do HIV”, salienta Caroline Biserra. 

Serviços Especializados

No Tocantins, cinco Serviços de Assistência Especializada (SAE) realizam atendimento à comunidade com oferta dos testes rápidos e tratamento contra o HIV. Os SAE ficam localizados nos municípios de Palmas (Núcleo de Assistência Henfil), Araguaína (Hospital de Doenças Transmissíveis), Gurupi (Policlínica Drº Luiz Santos Filho), Paraíso do Tocantins (Policlínica João Coelho de Azevedo) e Porto Nacional (Centro de Especialidades Médicas Drº Gismar Gomes).

Cenário de infecção no Tocantins

Casos novos de HIV - 15 a 29 anos

2014: 49 casos

2015: 32 casos

2016: 17 casos*

Casos novos de HIV - total

2014: 156 casos

2015: 114 casos

2016: 70 casos*

*Dados atualizados em 25.11.2016

Fonte:  Secretaria de Estado da Saúde