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Opinião

A relação entre a educação física, o bem-estar e a saúde vem sendo estudada por universidades e laboratórios do mundo inteiro há algum tempo. Muitos desses estudos já revelaram e comprovaram a interferência positiva que uma vida ativa pode exercer seja na prevenção, seja no combate às mais variadas doenças do coração, diabetes e até aos males da mente, como o estresse e a depressão. Os estudos reforçam, cada vez mais, que a educação física – se já não é – será considerada a medicina do futuro.

A prática de exercícios físicos, de fato, traz inúmeros benefícios para nossa saúde. Durante a realização de uma atividade física, o organismo libera hormônios como a endorfina e serotonina, neurotransmissores que dão sensação de prazer e de amplo bem-estar, e que têm influência direta e efetiva no combate e prevenção de patologias como a depressão.

Contra o diabetes, é eficaz na melhora da utilização da glicose sanguínea pelos músculos, ao facilitar o seu transporte e consumo da mesma.

Embora apenas esses dois benefícios citados mostrem o tamanho poder medicinal que representa uma vida ativa, mais de 90% da população brasileira ainda se encontra na faixa sedentária – onde os riscos às doenças são ampliados. Entre os principais motivos que explicam a baixa adesão, está a forma errada com a qual os próprios profissionais da educação física tentam atrair o cidadão para a prática de exercícios.

Grande parte dos professores de educação física, inclusive educadores que trabalham nas escolas públicas e particulares do país, passam aos seus alunos atividades e movimentos de forma mecanizada, sem ter a preocupação de transmitir de forma efetiva todo o seu conhecimento, como explicar como o corpo funciona, qual a importância da realização de um movimento, quais os benefícios e os resultados que cada ação e cada exercício gerará para a saúde.

A maneira como é tratada a educação física nas escolas e academias é excludente demais, prioriza a mínima parcela das pessoas com habilidade e com muito gosto pela atividade em detrimento aos demais, que estão ali praticando o exercício sem a motivação necessária para realmente fazer dele o seu principal aliado para uma vida saudável.

Para que as pessoas vejam realmente a educação física como a medicina do futuro, é preciso mudar de vez a sua cara no país. Pensá-la não só como uma mera atividade, mas enquanto ciência, utilizando conceitos e conteúdo de diversas áreas, de maneira interdisciplinar, através dos métodos mais modernos de didática, pedagogia e organização, e, principalmente, traduzindo tudo isso em uma linguagem que o mercado entenda e que seja atraente.

Um capítulo importante na disseminação desse conceito se dará no “Top Of The Rock”, no dia 18 de março, em São Paulo, evento que reunirá dez dos mais renomados palestrantes das áreas da saúde e de atividade física do país. O objetivo é debater o futuro da profissão de educador físico no Brasil.

Trata-se de um marco importante para quem exerce a profissão, cujas pesquisas e estudos mostram, cada vez mais, ter relevância equiparada aos profissionais da área médica.

A educação física precisa evoluir em todas as frentes. Nesse sentido, é essencial dar mais qualidade, ferramenta e conhecimento para o profissional que atua no segmento, de modo que ele saiba como trazer definitivamente cada pessoa para uma vida ativa. Assim, podemos pensar na redução dessa alta taxa de sedentarismo existente no Brasil e de forma que cada um entenda como a prática de atividade física é fundamental para a manutenção da saúde.

*Cristiano Parente é professor e coach de educação física, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso internacional promovido pela Life Fitness. É CEO da Koatch Academia e do World Top Trainers Certification, primeira certificação mundial para a atividade de educador físico.