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Campo

Foto: Divulgação

Foi realizado com sucesso o primeiro teste nos equipamentos que fazem o controle da vazão das bombas de captação de água do Rio Formoso no Sudoeste do Tocantins, que aconteceu na manhã do último sábado, 18, na zona rural do município da Lagoa da Confusão. A iniciativa é fruto de acordo entre produtores e o Ministério Público, com o objetivo de preservar o Rio Formoso e manter os níveis de produção agrícola na região. 

O projeto está sendo desenvolvido pelo Instituto de Atenção às Cidades, ligado à Universidade Federal do Tocantins (UFT), com apoio da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (APROEST) e pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).

Resultado dos estudos para o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de medir com precisão o volume de água captado no Rio e das ações do planejamento de preservação do afluente, o teste realizado foi o marco inicial do projeto que assegurará a vazão do Rio Formoso, permitindo o uso sustentável e mais racional de suas águas sem prejuízo para a fauna e flora.

O presidente da APROEST, Victor Costa, destacou a importância do primeiro teste dos equipamentos de monitoramento e o resultado positivo do trabalho realizado. “Estamos marcando um passo inicial com relação à medição do leito do Rio Formoso dentro desse grande projeto de recuperação. Essa ação gera uma importante visibilidade para o Tocantins, resultando em uma integração socioeconômica e ambiental que beneficiará toda região”, disse.

Para a gerente do controle e uso dos recursos hídricos do Naturatins, Vanessa Aires Sardinha, o sucesso do teste foi um importante passo para o setor de recursos hídricos do Tocantins. “Esse projeto e o resultado positivo do teste de monitoramento ajudarão muito aprofundar o conhecimento da demanda real da ação que envolve o Rio Formoso. Um avanço graças à parceria de um grupo de movimentos envolvidos em todo o processo, como o comitê das bacias hidrográficas, órgãos fiscalizadores, pesquisadores e produtores”, afirmou.

Felipe Azevedo Marques, doutor em Engenharia Agrícola, especialista em Hidrologia e coordenador do projeto, destacou a importância desse primeiro teste e a presença dos envolvidos no processo de recuperação do Rio.  “Conseguimos realizar o teste com sucesso. Os dados foram medidos com precisão e foram enviados para a UFT. Vale destacar que esse dia de campo era muito importante tanto para equipe técnica quanto para o Naturatins e produtores, porque o projeto envolve uma infraestrutura de monitoramento, e essa infraestrutura traz uma nova tecnologia com transmissões de dados e aparelhos de última geração. E essa nova tecnologia muitas vezes gera medo, preocupação e desconfiança nos produtores e precisávamos provar que esse mecanismo tem total viabilidade de ser implementado”, disse. 

O coordenador do projeto também destacou a importância da presença dos órgãos fiscalizados e de toda a equipe técnica nessa primeira fase do teste. “A presença de todos os envolvidos no projeto nessa apresentação de funcionamento dos equipamentos de monitoramento foi de extrema importância, pois os interessados puderam tirar algumas dúvidas sobre os problemas que podemos enfrentar na instalação dos próximos equipamentos”.

O Projeto

O projeto consiste na instalação de medidores ultrassônicos nas propriedades capazes de medir e transmitir informações em tempo real via rede telefônica 2G para órgãos de controle, universidades e para os produtores, a fim de garantir um planejamento eficaz da vazão e sua rigorosa fiscalização. Tudo precedido e sucedido de muitos estudos e diagnósticos que serão ferramentas indispensáveis na elaboração de novas estratégias de preservação de toda a Bacia do Rio Formoso composta por cursos d´água importantes como o Rio Urubu entre outros.

Produtores agrícolas 

Produtores da região também estiveram presentes e assistiram à exibição do primeiro teste dos equipamentos. Conforme afirmou Túlio Mezzono, produtor agrícola da região da Lagoa da Confusão, a agricultura empresarial tem que andar junto com a inovação tecnológica e a preservação ambiental. "Esse sistema apresentado aqui para nós é uma novidade que a gente já sabia da existência e que agora tornou-se acessível. Um monitoramento completo que estava faltando para nós e que vem nos assessorar na questão socioeconômica e também sustentável. Nós produtores trabalhamos em cima da consciência ambiental e do retorno econômico, sempre com esses dois fatores caminhando juntos” afirmou.

Recuperação do Rio Formoso

Depois da grave crise hídrica que afetou o Rio Formoso e seus afluentes em 2016, deixando o rio em níveis críticos, agravada pela captação de água para irrigação por inundação na região, iniciaram-se os estudos para o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de medir com precisão o volume de água captado no Rio, a fim de planejar ações de preservação do afluente.