A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) foi citada, juntamente com outros 23 senadores, por quatro delatores da empresa Odebrecht como favorecidos com repasses da empresa para campanha eleitoral. Segundo informação do jornal Estado de São Paulo que teve acesso ao conteúdo da delação, a empreiteira fez repasses de R$ 500 mil por meio de caixa 2 para a campanha de Kátia Abreu ao Senado.
A peemedebista era registrada no “Departamento de Propinas” da empresa, segundo os delatores, com o apelido “Machado”, e as negociações teriam sido intermediadas pelo seu marido, Moisés Pinto Gomes, que foi assessor de Kátia no Ministério da Agricultura do governo Dilma Rousseff.
As delações que colocam a senadora também no centro das investigações foram feitas durante os depoimentos de Cláudio Melo Filho, José de Carvalho Filho, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira, executivos da Odebrecht.
As delações dos executivos serviram de base para o pedido de inquérito da Procuradoria-Geral da República contra a senadora e seu marido, que foi autorizado pelo ministro relator da Operação Lava Jato, Edson Fachin.
O repasse do caixa 2 teria sido feito em duas parcelas de R$ 250 mil em setembro e outubro do ano de 2014, em encontros que teriam sido realizados no Hotel Meliá Jardim Europa, em São Paulo.
Edson Fachin decretou nesta terça-feira, 11, atendendo pedido da Procuradoria-Geral da República o levantamento do sigilo dos depoimentos dos executivos e autorizou inquéritos contra 8 ministros, 24 senadores e 39 deputados.
Nota da Senadora
Por meio de nota à imprensa, a senadora afirmou que, “lamentavelmente”, por desconhecer o conteúdo da decisão do ministro Edson Fachin, não tem, neste momento, elementos suficientes que a permitam rebater “as supostas acusações feitas contra mim e o meu marido, mas afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca participei corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei. Estarei à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários de maneira a eliminar qualquer dúvida sobre a nossa conduta”, afirmou Kátia.
A senadora encerra sua nota afirmando que segue trabalhando no Senado pelo Brasil e pelo Tocantins. “Minha história e minha correção são a base fundamental da minha defesa”, concluiu.