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O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, assinou prorrogação de contrato com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Tocantins (ADAPEC) para prestação de serviços de diagnóstico da peste suína clássica. Graças aos trabalhos realizados pelo IB e Adapec, o Tocantins foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) como zona livre da peste suína clássica, em 2016, permitindo que o Estado começasse a explorar novos mercados para exportação e aumentasse a produtividade de suínos. Em 2017, o Instituto Biológico completa 90 anos de atuação.

O novo contrato foi firmado pelo IB e a Adapec no último dia 18 de abril de 2017. Segundo o acordo, os inspetores agropecuários da Adapec farão a coleta de amostra de sangue de granjas e frigoríficos de todo o Estado e encaminharão para análises no Laboratório de Doenças de Suínos “Washington Sugay” do IB, local em que as mostras serão analisadas por meio do teste Elisa. Ao todo, 300 diagnósticos serão realizados pelo IB até o final do ano.

O Laboratório de Doenças de Suínos “Washington Sugay” do IB é certificado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para diagnóstico sorológico da PSC. Além disso, a unidade é acreditada pelo padrão internacional do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), pela norma ISO 17025, relacionada à qualidade. Aproximadamente, 2.800 exames são realizados pela unidade laboratorial do IB, por ano. Este é o único laboratório paulista credenciado pelo MAPA para realização de diagnósticos de peste suína clássica.

Segundo Josete Garcia Bersano, pesquisadora do IB e responsável pelo laboratório, a peste suína clássica não é uma zoonose, é especifica de suínos e não afeta a saúde humana. “Em termos de saúde animal, a erradicação da peste suína clássica no Tocantins foi uma grande conquista que possibilitou o aumento da produção de carne no Estado, pois a doença é uma enfermidade limitante. Além disso, com a aprovação pela OIE, vislumbra-se a abertura de novos mercados para exportação a países que não importam carne de locais com incidência da doença”, afirma.

Os suínos contaminados com a doença geralmente morrem entre três e 15 dias. Os sintomas são febre alta, inapetência, andar cambaleante, manchas arroxeadas na pele, aborto e natimortos. “Por ser uma enfermidade que interfere na reprodução, as perdas econômicas são altas. Em um foco, todos os leitões nascem infectados e não conseguem sobreviver”, explica a pesquisadora.

Desde 2016, o IB realiza trabalho com a agência de defesa agropecuária do Tocantins. Na primeira fase do projeto, foram realizadas 500 análises de amostras coletadas em granjas comerciais.

Tocantins possui um rebanho de suínos com 270 mil animais, aproximadamente, distribuídos em 164 granjas comerciais cadastradas pela Adapec. A maior parte da produção, porém, é de subsistência. Os municípios que concentram maior número de animais são Araguatins, Formoso do Araguaia, Porto Nacional, Dois Irmãos e Monte do Carmo.

Ao todo, 15 Estados brasileiros e o Distrito Federal são classificados como zonas livres de peste suína clássica pela OIE. São eles: Tocantins, Acre, Bahia, Espirito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“Trabalhos como esse mostram a importância de se integrar equipes para solucionar problemas e avançar. Mostra a qualidade das análises desenvolvidas pelo IB e a necessidade de investimentos constantes em infraestrutura, que permite o credenciamento e acreditação de nossos laboratórios a normas internacionais. Essa é uma ação importante do governo paulista, orientada pelo governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.