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Meio Ambiente

Foto: Alvaro Vallim

Foto: Alvaro Vallim

O primeiro dia da reunião para formação do Conselho Consultivo do Mosaico do Jalapão, formado por nove unidades de conservação, ocorrido nesta quinta, 13, no Centro de Eventos do município de Almas, teve a presença do prefeito Wagner Nepomuceno de Carvalho e do vice-presidente do Naturatins, Edson Cabral. A formação do Conselho é uma exigência da portaria 434/2016 do Ministério do Meio Ambiente que reconheceu o Mosaico do Jalapão, que engloba unidades de conservação nos estados do Tocantins, Piaui e Bahia.

Recepcionando os visitantes, o prefeito Wagner Nepomuceno destacou que uma das metas de sua gestão é a implantação do ecoturismo para fortalecer a economia de Almas. Ele falou durante a cerimônia de abertura da reunião.

O vice-presidente do Naturatins, Edson Cabral, ressaltou que a atual gestão está empenhada em fortalecer as unidades de conservação e que o Mosaico do Jalapão tem grande importância na preservação desta grande área contínua de Bioma Cerrado. “Nós acreditamos que o Mosaico do Jalapão fortalece todas as unidades e o Naturatins tem apostado no fortalecimento das unidades que é responsável através de várias ações”, frisou. Ele destacou ainda que o Governo do Tocantins tem dado integral apoio ao Mosaico do Jalapão, especialmente na formação do Conselho, que deve ser consolidada nesta sexta-feira, 14.

A engenheira florestal Carol Barradas, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, fez a primeira palestra, que discorreu sobre a história de formação do Mosaico do Jalapão e das características ambientais comuns entre as unidades de conservação da região. Dentre as questões citadas estão os conflitos iniciais com as comunidades e o aprendizado sobre o uso do fogo.

Também foram convidados para a reunião representantes das comunidades quilombolas que habitam a região do Jalapão há cerca de um século. A representante da comunidade Mumbuca, Ana Claudia, fez a segunda apresentação mostrando como se formaram as comunidades quilombolas, como elas vivem e como estão organizadas hoje no Tocantins. “A união das comunidades quilombolas é muito importante para garantir nossos direitos”. Ela lembrou a questão da regularização das terras das comunidades que hoje estão dentro das unidades de conservação.

A inspetora ambiental Rejane Ferreira Nunes, do Naturatins, fez a apresentação sobre a Área de Proteção Ambiental do Jalapão (APA Jalapão). Ela ressaltou que tem realizado atividades em vários municípios, especialmente de Educação Ambiental e de Manejo Integrado do Fogo (MIF).

Representando o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia, Leib Carteado Crescente, fez a apresentação de duas unidades de conservação. A Área de Proteção Ambiental (APA) Rio Preto, segundo ele, está numa área de grande impacto ambiental por conta de grande número de grandes empreendimentos do agronegócio. Já a Estação Ecológica Rio Preto foi destacada pela presença de animais silvestres após sua implantação.

O supervisor João Miranda, funcionário do Naturatins responsável pelo Parque Estadual do Jalapão, apontou que a gestão da unidade tem buscado o diálogo com as comunidades e também com os responsáveis por atrativos turísticos. Na questão do turismo, apontou que a maior dificuldade é lidar com os turistas internos do Tocantins. Destacou ainda a cooperação com as outras unidades de conservação e com os municípios.

Janeil Lustosa de Oliveira fez a apresentação sobre a APA Serra da Tabatinga e também sobre o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, ambas sob a responsabilidade do ICMBio e sediadas em Correntes, no Piauí. Ambas avançam limites estaduais na Bahia e no Tocantins, uma das dificuldades de gestão. Ele citou que o Parque das Nascentes tem17% de sua área no Tocantins. Outro problema é a falta de funcionários.

Marcos Borges, responsável do ICMBio pela Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, expôs a realidade da unidade de conservação e falou um pouco sobre sua história. Também citou conflitos iniciais com as comunidades, mas destacou que hoje há uma grande cooperação. Ele destacou também a grande área da unidade e a facilidade ao fogo devido ao fato da maioria de sua área ser formada por pastagens naturais.

Representante da Prefeitura de São Felix do Jalapão, Djalma Pugas , falou sobre o Monumento Natural Municipal Canyons e Corredeiras do Rio Sono. Ele destacou o processo de criação da unidade e a importância dela para o município.

Já o empresário Lúcio Flavo discorreu sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra da Catedral, de sua propriedade. Ele destacou o processo de sua decisão de comprar a área em se encontra um dos mais importantes monumentos naturais do Jalapão e falou ainda sobre a parceria que mantém com pequenos proprietários rurais vizinhos.

Programação segue

Nesta sexta-feira, 14, a programação segue com a identificação de convergências de gestão e priorização de processos para gestão integrada do Mosaico. Também será discutida a função, composição e competências do Conselho Consultivo do Mosaico, além da definição de quem serão os conselheiros. Outro assunto a ser discutido será a questão do Fogo no Mosaico do Jalapão.No sábado, 15, deverá acontecer a reunião do Conselho da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, visita técnica à Serra Negra e o encerramento no final da tarde com uma avaliação geral do evento.