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Opinião

Foto: Divulgação

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Não é segredo para ninguém que as redes sociais ganham cada vez mais espaço na vida do brasileiro. Elas são tão presentes no cotidiano de pessoas que são capazes de influenciar em suas escolhas. A proibição do financiamento de campanhas eleitorais por empresas ainda é uma grande incógnita para os candidatos que vão se aventurar nas eleições de 2018. Como serão feitas as campanhas? De onde sairá o dinheiro?

Pesquisa, realizada pelo Ibope revela que 56% dos brasileiros aptos a votar afirmam que as mídias sociais vão ter um elevado grau de influência na escolha do candidato à Presidência da República na próxima eleição. Para 36%, as redes sociais terão muita influência nas eleições de 2018. Deverá ser a influência mais expressiva acima, inclusive, da mídia tradicional, da família e dos amigos.

Mas todo cuidado é pouco. Um erro muito comum na campanha de 2016 foi o fenômeno “bolha”, causado pelas mídias sociais. O candidato que não soube fazer um conteúdo interessante e “compartilhável” acabou gastando tempo e dinheiro em materiais digitais que só chegavam para seus cabos eleitorais e eleitores fieis – considerados multiplicadores de conteúdo, mas sem relevância no quesito quantidade de votos na urna.

Nos Estados Unidos, na eleição de Donald Trump, segundo seus estrategistas, a vitória se confirmou com a opção de privilegiar as redes sociais, em detrimento da mídia tradicional. Na França, Emmanuel Macron abandonou um partido tradicional, organizou um movimento e usou as redes para alavancar a campanha.

Não é necessário inventar a roda nem gastar uma fortuna para fazer uma campanha com engajamento nas redes sociais, mas sim utilizar daquilo que já conhecemos há tempos nas Ciências Sociais: entender os laços que unem as pessoas, que levam essas a prestarem mais ou menos atenção num assunto e/ou candidato, e fazer a mensagem circular através de canais.  Em outras palavras, mais importante que produzir um conteúdo para “bombar” é compreender e cotidianizar o discurso político para que o cidadão/usuário das redes olhe aquilo, pare e pense: sim, isso me representa e posso, além de curtir, compartilhar com meus amigos e seguidores. E estes, talvez comentem, curtam e também compartilhem o conteúdo, gerando uma rede de engajamento que é o elemento-chave para se criar capilaridade na web.O tempo está passando. Nem a política tradicional dá sinais de querer renovar-se nem os novos entrantes ainda dão sinais de querer, efetivamente, participar

A verdade é que as redes sociais se tornaram uma poderosa aliada na guerra política. O problema é que, às vezes, a arma pode estar virada para si mesmo. 

*Victoria Angelo Bacon é Jornalista