A deputada federal Josi Nunes (PMDB) informou na noite desta quarta-feira, 25, que decidiu não votar nesta segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). "Diante das circunstâncias atuais em que é preciso tomar mais uma posição e percebendo a impossibilidade de consenso entre a orientação partidária e o interesse da maioria que me elegeu, decidi não votar nesta segunda denuncia", declarou por meio de nota.
Desde o início da manhã de hoje parlamentares estão reunidos no plenário da Câmara dos Deputados para a análise e votação da segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
Josi frisa ser deputada porque ter construído identidade com o PMDB e também por ter conquistado o apoio de parte do povo tocantinense. "Que me confiou o voto para que eu estivesse aqui os representando".
Outro deputado que já posicionou-se foi César Halum (PRB). Em nota, o parlamentar explica por quais razões mudou posição e decidiu votar contra a segunda denúncia em desfavor do presidente. "Minha decisão não foi individual. Ouvi prefeitos, líderes comunitários, representantes da indústria, do agronegócio e do comércio: o setor produtivo não quer parar de crescer e sofrer com mais mudanças que geram instabilidade ao mercado, no momento em que a política econômica transmite confiança a quem quiser investir no Brasil", informou.
Segundo Halum, o Brasil precisa respirar. "Neste momento, minha responsabilidade é agir para que o crescimento do país se mantenha. O Brasil precisa respirar".
Confira abaixo notas na íntegra.
Josi Nunes
Uma das condições para ser candidato a qualquer cargo eletivo e consequentemente se tornar um representante da população é ser filiado a um partido com qual nos identificamos e assim, seguir suas orientações e decisões construídas em conjunto.
Depois de filiado, o próximo passo é nos apresentar para a população expressando o nosso desejo de representa-la e conquistar o seu apoio.
Sou deputada federal porque construí uma identidade com o PMDB e também, porque conquistei o apoio de parte do povo tocantinense que me confiou o voto para que eu estivesse aqui os representando.
Diante das circunstâncias atuais em que é preciso tomar mais uma posição e percebendo a impossibilidade de consenso entre a orientação partidária e o interesse da maioria que me elegeu, decidi não votar nesta segunda denuncia.
O quê vou continuar apresentando a população tocantinense é o meu trabalho, que faço de forma apaixonada, em prol do desenvolvimento deste Estado.
Brasília, 25 de outubro de 2017
Deputada Federal Josi Nunes
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César Halum
Apresento a vocês as razões pelas quais mudei minha posição e votei contra a segunda denúncia apresentada em desfavor do presidente Michel Temer
- Minha decisão não foi individual. Ouvi prefeitos, líderes comunitários, representantes da indústria, do agronegócio e do comércio: o setor produtivo não quer parar de crescer e sofrer com mais mudanças que geram instabilidade ao mercado, no momento em que a política econômica transmite confiança a quem quiser investir no Brasil. As análises do Banco Central já apontam para o crescimento de 1% do PIB este ano e de quase 3% para 2018. É notório o clima de recuperação.
- A Câmara dos Deputados não arquivou a denúncia. Apenas suspendeu o processo com vistas a assegurar a governabilidade no país. O presidente vai responder na Justiça Comum após o término do seu mandato que ocorrerá em pouco mais de um ano.
- Os fatos da denúncia referem-se a inquéritos inacabados, fundamentados principalmente em delações premiadas, sendo que uma delas foi anulada integralmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) diferente da primeira apresentada.
- Caso o presidente tivesse sido afastado no prazo de seis meses, muito provavelmente ele retornaria ao poder em abril de 2018, pois, historicamente, o STF demanda de 2 a 3 anos para julgar um processo de tamanha extensão. Com isso, novas mudanças seriam inevitáveis (troca de ministros, cargos nos Estados, presidentes de Estatais, etc.), causando um grande transtorno ao Brasil. Não queremos isso. Neste momento, minha responsabilidade é agir para que o crescimento do país se mantenha. O Brasil precisa respirar.
Deputado César Halum
(PRB-TO)