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Opinião

Foto: Lúcio Bernardo Jr

Foto: Lúcio Bernardo Jr

Havia quem acreditava-se que o fim de 2016 encerraria um ciclo de crise política e econômica no Brasil, o povo brasileiro brindava a chegada de 2017, que nascia cheio de esperança e de ranços do ano anterior. Afinal de contas, onde nós erramos? De quem é a culpa dessa crise? É o que milhões de brasileiros se perguntam todos os dias quando acompanham os noticiários de política. É inegável não reconhecer que estamos vivendo um dos piores momentos de nossa jovem democracia desde a redemocratização.

A Operação Lava Jato deflagrada em 2014, vem demolindo o mundo político brasileiro, vários partidos e políticos tradicionais estão atolados até o pescoço em um lamaçal de acusações feitas por empreiteiras e corruptos confessos, inclusive até o atual Presidente Michel Temer, que teve duas denúncias arquivadas pelos deputados, cuja grande parte foi citado ou responde a processo jurídico. Jurídico esse que vem atuando em dois seguimentos distintos, um mais rigoroso no combate a corrupção e outro mais complacente com penas mais leves quando se trata de operação lava jato. 

Tanto o legislativo, quanto o executivo e principalmente o judiciário não vivem em um de seus melhores momentos, a credibilidade desses três poderes vem sendo colocada em cheque por conta de conflitos internos, fica cada vez mais notório percebermos que ambos tomam decisões e agem de acordo com a suas prerrogativas se baseando e tomando decisões pouco convencionais quando se trata de combate a corrupção. Os representantes dos três poderes do Brasil, volta e meia, entram em conflitos e ao mesmo tempo colocam panos quentes em nome da “harmonia dos podes”.

Dois mil e dezesseis de fato foi um ano muito duro e difícil, mas infelizmente dois mil e dezessete superou e nos fez mergulharmos em um abismo mais profundo da crise, o ano terminou e não vemos e nem percebemos sinais de melhoria, assim recorremos nossa pergunta anterior, onde nós erramos?  Erramos talvez por não termos escolhido melhor os nossos representantes, ou por termos nos deixados sermos enganados pelas Fake News ou como é conhecida Falsas Notícias, bem como além disso, por não termos gritado mais auto no estopim da crise em meados do ano de 2013, nós protestos que ficaram conhecidos como o gigante acordou.

Somos um País de democracia jovem que ao logo de pouco mais de um século de república vivenciou vários problemas de ordem política começando do primeiro presidente Marechal Deodoro da Fonseca que renunciou em 1891; de Afonso Pena que morreu vítima de uma pneumonia em 1909; de Washington Luís deposto pela revolução de 1930, de Getúlio Vargas que se suicidou em 1954; de Café Filho impichado em 1955, de Jânio Quadros que renunciou em 1961, de João Goulart deposto pelo golpe militar de 1964, de Costa e Silva afastado por derrame cerebral 1969 durante o governo Militar, de Fernando Collor de Mello impichado 1992 e mais recente Dilma Roussef, impichada em 2016.

Diante disso, só nos resta confiarmos em 2018, não esperando um postulante salvador da pátria, nem esperando uma reação positiva do congresso brasileiro ou muito menos do judiciário, a confiança que temos e que devemos apostar, é na estabilização política através de nossa arma mais poderosa contar a crise existente, que é o nosso título eleitoral, é através dele que podemos mudar o cenário de caos que se estabilizou no país, precisamos unirmos nossas forças em prol de um representante digno de nosso povo, que lute pelos ideias das pessoas mais humildes, que crie harmonia no congresso e no judiciário, que seja a favor da democracia e do fortalecimento da economia.

Por fim, não podemos perder a nossa esperança, o ano 2017 ficou para trás, não adianta mais queixarmos, do ano que findou, que os últimos acontecimentos sirvam de aprendizado para repararmos nossos erros.  Afinal de contas já passamos por outras crises, é nosso dever como cidadão lutarmos por mudanças, a luta por um país melhor deve partir de cada um e não de um ou outra pessoa qualquer. Que a constituição de nosso país seja seguida, e que não fique acima e nem a baixo de nenhum cidadão. Que 2018 seja a nossa tabua de salvação. Que a crise política seja superada e que a nossa economia dê sinais mais fortes de recuperação através de novos postos de trabalho e que esse novo ano seja de transformação positiva para o Brasil.

*Narlon Xavier Pereira graduado em Ciências Biologias pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB e mestrando em Ciências Ambientais pela Universidade Estadual Paulista – UNESP – Sorocaba