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Opinião

Foto: Divulgação

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O ano de 2017 foi marcado por lutas para a educação municipal de Palmas. Foi o ano em que a categoria se mobilizou duramente para reivindicar seus direitos por meio de manifestações e paralisações na capital. Sem dúvidas, a greve de 2017 foi a que teve mais impacto, seja na questão do enfrentamento, seja na questão de determinação. O movimento destacou uma categoria firme que honrou com seu compromisso dentro e fora das unidades escolares. Foram 22 dias em que profissionais abdicaram de seus afazeres diários para lutarem a batalha até daqueles que não estavam presentes.

Junto com essa luta árdua, veio a superação de limites físicos e psicológicos, o esforço, a parceria, e o principal de tudo: as conquistas. Conquista é um codinome para definir nada mais do que os direitos reivindicados pela categoria.  

A greve que teve início no dia 5 de setembro de 2017, reivindicava os seguintes pontos: data-base, titularidades, retroativos, progressões, plano de Cargo, Carreira e Remuneração em dia e eleição para diretor. Ao decidir pelo início da greve, a categoria da educação estava desde janeiro sem receber a data-base referente a 2017, contabilizando 9 meses de retroativos em atraso que haviam caído no esquecimento.

Após 22 dias de paralisação, tendo a suspensão votada em assembleia no dia 26 de setembro, os trabalhadores tiveram a data-base 2017 paga no mês de outubro, o que era considerado praticamente impossível pelos profissionais. Esse passivo da data base 2017 incidiu nos seguintes fatores: diferença de vencimento, diferença de um terço de férias e diferença de gratificação por titularidades previstas. Além disso, as quatro parcelas previstas do retroativo referente à data-base de 2017, teve sua primeira parcela paga em janeiro de 2018. Outra conquista da greve foi a data-base 2018, que foi atualizada no mês de janeiro deste ano (referente à inflação do período), o que não ocorreu no ano anterior, mostrando o impacto da paralisação na gestão municipal de Palmas.

Essa conquista deu-se por conta do enfrentamento e coragem dos muitos que estiveram dormindo em barracas na Câmara Municipal de Palmas, daqueles que estiveram nas ruas de forma pacífica com faixas e cartazes nas mãos, e também daqueles que não tiveram condições de deixar suas famílias, mas estiveram incentivando os companheiros que não “arredaram o pé” da luta.

Talvez Palmas nunca tenha visto um movimento tão harmônico e unido, que destacou guerreiros disfarçados de educadores (as). Tudo que foi conquistado até agora é resultado de um trabalho em equipe, levando em consideração a coragem dos profissionais que confiaram no Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (SINTET) e não desistiram de lutar nem mesmo nos momentos mais difíceis. O Sintet parabeniza toda categoria pela participação e compromisso, tanto com a comunidade escolar, quanto com a sociedade. No mesmo lugar onde não se via esperança, agora pode ser avistado uma luz, que é mérito de toda a categoria. Não sabemos quais serão os próximos desafios, porém, uma certeza nos acompanha: a batalha apenas começou.

*Fernando Pereira é presidente Regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (SINTET)