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Opinião

Foto: Divulgação

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O que prevejo não é nenhuma profecia tirada do livro bíblico “apocalipse”. O que antevejo é o barulho do fogo ardente que já queima os pés; não se enganem: já riscaram o fósforo na palha seca encharcada de gasolina; a expectativa do fogo se levanta; o incêndio será geral, atingirá toda a nação brasileira, não ficará nem raiz nem ramo. E quem está provocando o incêndio são os larápios da nação, que enganam o povo com pão e circo e milho.

Enquanto o País entra na mira do fogo, inocentes ainda pedem vigília cívica pela absolvição de A e de B. A vigília convocada não deveria ser pela manutenção da impunidade ou proteção a criminosos, e sim, pela defesa da democracia, da moralidade administrativa, da credibilidade da nação, da honestidade na vida pública e principalmente, pela prisão de corruptos, larápios, gatunos, que têm o hábito de meter a mão no dinheiro do povo, acreditando que vão ficar impunes, tudo graças à benevolência e brechas escancaradas de lei, além das relações suspeitas dos tribunais com os mandatários do poder.

Alguém tem que se indignar, dar um basta.... Mas o povo parece anestesiado, ninguém reage. O Brasil que eu quero para o futuro é aquele Brasil que começa a reagir hoje, agora. Mas o silêncio é maior.

Mas o general Villas Boas já avisou: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição”. Quem tem ouvidos, ouça o general.

Em apoio às declarações, outros generais bradaram: “Estamos juntos, comandante” (general Freitas). E tem mais: “Tenho a espada ao lado, a sela equipada, o cavalo trabalhado e aguardo suas ordens” (general Paulo Chagas). Tem mais: “Comandante, estamos juntos na mesma trincheira! Pensamos da mesma forma! Brasil acima de tudo!!! Aço!” (general Miotto).

Fiquei imaginando o que o general queria dizer com esse tal de AÇO. Seria balaço? Bagaço? tijolaço? Tanquizáço? fuziláço? tiráço?  Bombáço? Intervençãozáço? Sei lá!

Mas enquanto a profecia do AÇO não se cumpre, a Nação continua no pão e no circo, comendo milho e respirando cultura, filosofia, civismo e patriotismo do hit “que tiro foi esse, que tá um arraso, ou se preferir, se deliciar com a mais bela sinfonia de todos os tempos, do insuperável Pablo Vitar: “Seu amor me pegou, cê bateu tão forte com o teu amor, nocauteou, me tonteou...”(já deu).

Para mim e outros mortais, é o fim. Mas, para Tom Jobim, são as águas de março: “é pau, é pedra, é o fim do caminho (...) é a noite, é a morte, é o laço, é o anzol”. 

O Brasil está na mira do fogo. Depois, não vá dizer que não falei das flores.

*Alberto Rocha é jornalista