O diretor jurídico da Federação Interestadual dos Trabalhadores dos Correios (Findect), José Aparecido Rufino, confirmou nesta segunda-feira, 9, que cerca de 80% dos mais de 700 funcionários dos Correios no Tocantins deverão aderir à greve geral da categoria, se a mesma for confirmada em assembleia que será realizada na próxima quarta-feira, 11.
Ainda segundo Rufino, é grande a possibilidade de que os trabalhadores da empresa pública deflagrem uma greve em todos os estados. “A empresa está nos empurrando para uma greve. Não há outra saída. Eles não estão cumprindo o acordo coletivo firmado anteriormente, e nem mesmo dando abertura para uma negociação. Então vamos sim deflagrar uma greve”, afirmou o sindicalista.
Acordo Coletivo
Após cerca de 60 dias, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu encerrar a mediação das negociações entre os trabalhadores e a empresa a respeito do acordo coletivo da categoria. A diretoria dos Correios decidiu não prorrogar um acordo que já estava vigente desde o ano passado.
Além do não cumprimento do acordo coletivo, a categoria também protesta contra a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa, de 0,8%, abaixo da inflação, e contra a exclusão de pais dos planos de saúde, medida que afeta diretamente cerca de 60% dos trabalhadores da empresa.
Para Rufino, as negativas da direção são uma tentativa de facilitar o processo de privatização dos Correios. “Esse desmonte é uma tentativa de privatizar os Correios para a privatização. Os correios são um patrimônio do povo brasileiro. Há municípios que são atendidos somente pelos Correios, não há empresas de entregas ou qualquer outro serviço deste tipo em municípios do interior que ficarão completamente isolados caso os Correios sejam privatizados”, defendeu Ruvino.
A assembleia geral está marcada para a próxima quarta-feira, 11, às 6h30, na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no Estado do Tocantins (Sintect).
