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Estado

Foto: Divulgação Uma das ações do Indtins levantadas pelo tesoureiro Célio Karajá é o encaminhamento de denúncias de racismo Uma das ações do Indtins levantadas pelo tesoureiro Célio Karajá é o encaminhamento de denúncias de racismo

Depois de dois anos sem representação Indígena, o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR-TO) empossará membros do Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS). A posse do Indtins no Cepir acontecerá em reunião on-line nessa quarta-feira, 23 de fevereiro, às 9 horas.

Há pelo menos dois anos o Cepir-TO não contava com a representação de grupos específicos voltados para luta pelos direitos da população Indígena, já que no biênio de 2019 à 2021 nenhum coletivo ou entidade indígena foi empossado no conselho.

Composto por representantes do Governo do Estado e Sociedade Civil, o Cepir-TO é uma entidade que permite a participação popular no planejamento e execução das ações da gestão tocantinense que visam a diminuição da desigualdade racial no Estado.

A importância de ocupar uma cadeira no Conselho é descrita por Narubia Werreria, a presidente do Instituto: “A representação indígena é fundamental e urgente pra combater o racismo que a população indígena do Tocantins sofre, um racismo que não só é invisibilizado, mas é negado”, a ativista acrescenta que faltam meios de combate à discriminação: “não há procedimento para atendimento dos casos de racismo e injuria racial, nós não temos sequer dados sobre o que a população sofre com relação ao racismo que nós vivemos”.

Tesoureiro no Iindtins, Célio Pereira, da etnia Karajá, é quem assume a cadeira de titular representando o Instituto no Conselho, o membro suplente é o vice-presidente do Indtins, Paulo André Karajá. Celio Pereira explica quais são os planos para sua atuação: “Tentar implantar uma agenda de debates e audiências públicas para discutir a discriminação racial. Também queremos solicitar através do conselho a criação de cotas para indígenas em concursos públicos”, o tesoureiro acrescenta que pretende levar as denúncias de racismo contra os Povos Indígenas ao Cepir-TO.

A integração do Indtins ao Conselho de igualdade racial se deu por meio de participação no edital de convocação publicado no diário oficial nº 5960 do Governo Estadual, o mandato do Instituto iniciará este ano e terminará no fim de 2023.

Iindtins

Formado apenas por membros indígenas o Instituto tem como objetivo apoiar, incentivar e executar atividades e projetos que visem promover a cidadania, o desenvolvimento sustentável, a defesa dos direitos dos Povos Indígenas e das comunidades tradicionais do Tocantins.

Além da posse no Cepir-TO, só este ano, o Indtins coordenou uma campanha de arrecadação de alimentos para o Povo Akwé (Xerente) atingido pelas enchentes causadas pela cheia do rio Tocantins. Assim como denunciou a extração ilegal de madeira na terra Xerente e mediou o encontro das etnias Karajá e Javaé com a empresa Biofix que proporciona assessoria na certificação e venda de créditos de carbono.