Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Polí­cia

Um duplo homicídio que teve como vítimas tio e sobrinho, fato ocorrido na cidade de Praia Norte, no último mês de agosto, foi completamente elucidado pela Polícia Civil do Tocantins (PC-TO), com o indiciamento de dois irmãos, de 33 e 34 anos, que são os principais suspeitos por um dos crimes.

De acordo com o delegado Teofábio Alves Siqueira, os dois irmãos teriam praticado o homicídio para vingar a morte de outro parente que tinha sido morto pela vítima, algumas horas antes, em uma fazenda na zona rural de Praia Norte, na noite do dia 21 de agosto deste ano.

Conforme apontaram as investigações da Polícia Civil, tudo teve início na noite do dia 21, quando a primeira, vítima, Francisco da Chagas, chegou até a sede da fazenda, onde morava uma irmã e sua respectiva família, e pediu para pernoitar no local, pois havia ingerido bebida alcoólica e precisava descansar por algumas horas.

“Ocorre que um sobrinho da vítima, de 24 anos, já estava pernoitando na fazenda, onde havia chegado a alguns dias e estava ocupando justamente a casa em que a primeira vítima, Francisco costuma dormir”, disse o delegado Teofábio. Temendo evitar um desentendimento, a irmã de Francisco e seu cunhado tentaram dissuadi-lo para que pernoitasse em outra residência maior e que ficava na própria fazenda. Porém, Francisco não aceitou e disse que dormiria na mesma casa em que seu sobrinho já estava, e assim foi feito.

Entretanto, por volta das 23 horas, o cunhado de Francisco se levantou e foi até a casa para ver se estava tudo bem, momento em que flagrou o cunhado já morto com vários ferimentos na cabeça, sendo que o sobrinho da vítima tinha fugido. Nesse momento, o cunhado acionou a Polícia Militar, que por sua vez acionou a perícia e o Instituto Médico Legal, que recolheu o corpo da vítima para a sede do IML em Araguatins.

Segunda morte

Logo nas primeiras horas da manhã do dia 22, familiares e amigos da vítima se reuniram na fazenda por ocasião da repercussão da morte de Francisco. Segundo apurado pela PC-TO, em determinado momento, eles perceberam a presença do sobrinho e principal suspeito de ter matado Francisco e, a partir daí, iniciaram uma perseguição que resultou na morte do jovem, que foi atingido por diversos golpes de madeira, além de chutes e socos.

Troca de mensagens

Em um grande esforço para solucionar os dois casos, as equipes da 10ª DP, passaram a ouvir todos os parentes dos dois mortos, que, inicialmente, disseram não saber sobre a morte da segunda vítima, tampouco quem teria cometido esse segundo homicídio.

Com o aprofundamento das investigações e tendo indícios de que a família estaria tentando proteger os verdadeiros autores da morte do sobrinho e de Francisco, a Polícia Civil conseguiu ter acesso ao conteúdo de telefones celulares, que mostravam trocas de mensagens, onde a esposa de um dos suspeitos falava com sua cunhada sobre o crime, inclusive detalhando os fatos.

Em outra troca de mensagens, desta vez entre um dos suspeitos e um terceiro, o indivíduo fala sobre o crime e tem ciência de que está sendo investigado pela PC, mas, confiante, afirma que não vai dar em nada.

Confronto e indiciamento

De posse do material, o delegado Teofábio novamente ouviu todos os parentes que estavam presentes na noite e também no dia em que ocorreram os dois crimes. Desta vez, confrontados com as mensagens dos celulares, os investigados decidiram contar toda a verdade, sendo que os dois irmãos de 33 e 34 anos, admitiram que mataram o jovem de 24 anos para vingar a morte de Francisco.

Diante dos fatos, os dois irmãos foram indiciados por homicídio qualificado. O inquérito foi concluído e remetido ao Ministério Público, que decidirá quais procedimentos adotará a partir de agora.

Segundo o delegado Teofabio, apesar de complexa, a investigação da PC-TO conseguiu esclarecer toda a dinâmica dos crimes. “A conclusão das investigações com a identificação e o indiciamento dos dois autores demonstra o comprometimento da Polícia Civil do Tocantins em solucionar todo e qualquer delito que ocorra no Estado”, disse o delegado. (SSP/TO)