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Opinião

Sheyner Yàsbeck Asfóra é presidente nacional da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas

Sheyner Yàsbeck Asfóra é presidente nacional da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Sheyner Yàsbeck Asfóra é presidente nacional da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas Sheyner Yàsbeck Asfóra é presidente nacional da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas

A sensibilidade que guia, o cuidado que acolhe, os dons que servem. Mulheres exalam força e coragem em um mundo ainda marcado pelo machismo e desigualdade de gênero. Sem levar em conta o preconceito e desrespeito, lutam bravamente e de maneira diária para conquistar espaços, superar limites e ir adiante do que ainda não se descobriu.

E assim, com dedicação, esmero e zelo, cumprem as missões diárias com destaque e destemor. Essa é a mulher. Forte e aguerrida que se destaca pelo primor e competência em todas as funções e atividades que se propõe a desempenhar e a realizar na vida.

A poetisa Cora Coralina, uma das principais escritoras brasileiras, versejou que “a verdadeira coragem é ir atrás de seu sonho mesmo quando todos dizem que ele é impossível”.

E as mulheres fazem isso: lutam, trabalham e se reinventam para alcançar sonhos, mesmo enfrentando muitas adversidades em suas jornadas.

Segundo o “relógio da população do Brasil” mantido pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações - em consulta realizada no dia 07-03-2023 às 21h58 - mais da metade da população brasileira (50.8%) é feminina e as mulheres, segundo a pesquisa Women in Business, da Grant Thornton, ocupam 38% dos cargos de liderança em nosso país. De acordo com o estudo, a proporção de mulheres líderes cresceu 11% nos últimos 10 anos.

No campo jurídico as mulheres, mesmo enfrentando alguns preconceitos, têm conseguido conquistar e ampliar espaços através do trabalho ao longo dos anos.

Pelos números mais recentes divulgados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), existem 1.310.512 de advogados em todo o país, sendo que desses advogados a maioria são mulheres, contando com 667.606 advogadas e 642.906 advogados.

Como a história registra, as primeiras faculdades de Direito surgiram em São Paulo e em Olinda no ano de 1828 e apenas em 1898, ou seja, 70 anos depois, a primeira mulher, Myrthes de Gomes Campos, se formou em Ciências Jurídicas e só ingressou no Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) em 1906.

Simbolizando o movimento de luta e resistência feminina, em 2017 a OAB-PI reconheceu Esperança Garcia como a primeira advogada do estado do Piauí e, recentemente, no dia 25-11-2022, o Conselho Pleno da OAB Nacional a reconheceu como a primeira advogada brasileira por ela ter escrito uma carta/petição, em 1770, dirigida ao governador da província denunciando maus-tratos a si, a suas companheiras e a seus filhos.

Histórias como as de Myrtes Campos e de Esperança Garcia são fontes de inspiração não apenas para as advogadas, para as profissionais do Direito mas, sobretudo, para todas as mulheres que carregam sonhos e buscam materializá-los em conquistas.

Assim, seja no tribunal, nos fóruns, nos ambientes forenses, nas relações pessoais, no mundo do trabalho ou em qualquer outro lugar ou cenário, não há mais lugar para falas, atitudes, comportamentos, preconceitos e/ou qualquer forma de discriminação que tentem afastar ou diminuir uma mulher no exercício de suas funções. É urgente mais oportunidades e políticas públicas que valorizem a importante contribuição feminina e que reconheçam os espaços conquistados pela mulher pela própria força, dedicação e competência.

Esse é um papel que cabe a todos da sociedade. Por isso, não só durante o mês de março, as mulheres, ao lados dos homens, são protagonistas na Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) e estão no comando da diretoria nacional e na grande maioria das regionais da Associação em todo o Brasil.

Na Abracrim, todas as associadas e integrantes da comissão nacional da Abracrim Mulher se destacam pelo desenvolvimento do trabalho de excelência na defesa das prerrogativas da mulher advogada e recebem, em aplausos e reconhecimento, o nosso apoio, força e incentivo para que elas desenvolvam, cada vez mais, projetos e atividades que ampliam os seus espaços no âmbito institucional e que fortalecem o exercício da advocacia criminal.

São ações como essas, entre tantas outras já realizadas em valorização e respeito ao papel da mulher, que se propõem a incentivar a liderança feminina. São também passos importantes, que antecedem muitos outros que virão à frente. É um exemplo, para que outras instituições, organizações e espaços de poder reconheçam a força e a capacidade da mulher.

Encerro a presente mensagem em homanagem a todas as mulheres invocando, mais uma vez, a poesia de Cora Coralina: “eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores.”

Que esse novo tempo seja de novos caminhos; de novos desafios e de novas conquistas na vida das mulheres guerreiras que lutam e que, mesmo diante das intempéries, jamais desistem dos seus projetos, metas e sonhos.

Essa a minha homenagem e os parabéns a todas as mulheres de luta, de sonhos e de realizações neste Dia Internacional da Mulher!

*Sheyner Yàsbeck Asfóra é presidente nacional da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim).