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Polí­tica

Foto: Ricardo Stuckert

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Em mais uma edição do Conversa com o Presidente, na manhã desta terça-feira, 11, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou o potencial do Brasil no enfrentamento das mudanças climáticas, com as transições energética e ecológica, como ativos econômicos capazes de fazer o país crescer e gerar emprego e renda.

"Da mesma forma que os portugueses pegaram o Oceano Atlântico e chegaram aqui no Brasil, a gente tem que aproveitar esse oceano de oportunidades e chegar num momento de desenvolvimento para que o Brasil seja transformado, definitivamente, em um país rico, que sustente com qualidade de vida o seu povo. É isso que a gente quer", disse Lula.

O presidente lembrou do encontro que teve na Colômbia no último sábado, preparatório para uma reunião que juntará no Brasil todos os presidentes de países amazônicos. A ideia é que as nações detentoras de grandes florestas sejam remuneradas por sua capacidade de proteção.

"Queremos pegar toda a Amazônia da América do Sul e fazer disso instrumento de negociação com o mundo desenvolvido, para que a gente possa se desenvolver e gerar emprego para as pessoas que moram na Amazônia. Os indígenas, os pescadores, os povos ribeirinhos, as pessoas que vivem em comunidades”, listou o presidente. “Precisamos fazer com que essas pessoas tenham dignidade. Ganhem salário, tenham uma renda razoável. É preciso que a gente discuta com o mundo desenvolvido", disse.

Lula lembrou que, na Conferência do Clima em Copenhague, em 2009, os países ricos prometeram US$ 100 bilhões por ano para a preservação do meio ambiente em países em desenvolvimento, mas ainda não cumpriram o combinado.

"Até agora esse dinheiro não saiu e vamos atrás. Estamos juntando os países que têm floresta na América do Sul, os dois Congos e a Indonésia que são os países que mais detêm florestas de pé. E, ao mesmo tempo, criar consciência de que a questão ecológica não é coisa sofisticada de meia dúzia de pessoas", disse, lembrando que a ciência já provou que o clima está mudando para pior e causando transtornos, com chuvas intensas, secas prolongadas, terremotos e furacões.

Biodiversidade

Na conversa, Lula destacou a matriz elétrica e energética limpa do Brasil, a extensão da floresta, a riqueza da fauna e o fato de o Brasil ter 12% da água doce do planeta como diferenciais que precisam ser levados em conta na negociação sobre o enfrentamento das mudanças climáticas.

"Se a gente tirar proveito, pesquisar corretamente a riqueza da biodiversidade da Amazônia, podemos encontrar coisas extraordinárias para a indústria de fármacos e de cosméticos. Tem um mundo à nossa frente. Não temos que ter medo de desbravá-lo".

Fiscalização

O presidente exaltou a queda nos índices de desmatamento na Amazônia, que tiveram redução de 30% nos seis primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2022, e afirmou que o governo está montando um esquema para fazer concurso e contratar mais gente para ampliar o potencial de fiscalização que o Ibama perdeu.

Lula reforçou que o governo vai jogar duro para proteger a floresta de queimadas, derrubadas e da ação ilegal de madeireiros, garimpeiros e do crime organizado. "Vamos jogar muito duro, não só com os instrumentos de proteção do Ministério de Meio Ambiente, mas com o Ministério da Justiça e, se necessário, com as Forças Armadas. Vai ser a primeira vez que a gente vai apresentar ao Brasil um plano de enfrentamento e contenção da bandidagem na Amazônia. As coisas vão ter que ser feitas de forma legal. Quem fizer ilegal, vai ter que ser punido. (Secom)