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Educação

Foto: Divulgação/Secom-TO

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O Tocantins está participando da 36ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco, do Instituto do Patrimônio Artístico (IPHAN), com seis projetos, sendo três de escolas estaduais. Um deles é o projeto Batuque, desenvolvido no Colégio Estadual de Cristalândia; o outro é o projeto Consciência Negra: Experiência em Tempos de Pandemia, do Centro de Ensino Médio Tiradentes, localizado em Palmas, e o último é o projeto Resgate Cultural – Grupo de Dança Típica Jiquitaia, do Colégio Estadual Doutor Abner Pacini, de Almas.

O Prêmio Rodrigo Melo Franco, de caráter nacional, existe desde 1987, e tem por objetivo reconhecer as ações de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural Brasileiro, sendo observados itens como originalidade, relevância e caráter exemplar.

Neste ano, a Comissão do Prêmio disponibilizará o valor de R$ 300.000 e contemplará 12 ações, com o valor de R$ 25.000 cada.

Os projetos passaram pela etapa da habilitação, a próxima será a etapa estadual e depois a nacional. A divulgação dos vencedores está marcada para ser anunciada no dia 11 de dezembro.

Batuque

O projeto Batuque está sendo realizado na escola há 19 anos, e além de ser uma referência para a instituição de ensino, está sendo uma importante ferramenta para a transformação do pensamento coletivo no município.

Júlia Rodrigues da Conceição, 16 anos, aluna da 2ª  série do ensino médio, explicou a importância do projeto Batuque para a escola. “Por meio dos estudos, palestras, seminários, eu passei a conhecer mais sobre a África, que é o berço da humanidade, uma cultura rica em diversidade, história e valores e que merece ser respeitada e celebrada. O projeto é importante porque passamos a ter conhecimento sobre o racismo, promove uma reflexão sobre o tema e isso causa um impacto grande em nossa vida. É um verdadeiro aprendizado para a vida”, ressaltou Júlia.

A estudante Thamires Ferreira da Silva Costa, 16 anos, da 2ª  série do ensino médio, comentou sobre o projeto. “Batuque é uma porta de aprendizagens sobre as raízes que formam a identidade brasileira e permite desconstruir preconceitos de forma clara, por meio do conhecimento, sendo assim, formando pessoas mais conscientes, íntegras e ativas na luta contra o racismo e a desigualdade racial”, frisou.

Esther de Freitas Ferreira, 17 anos, da 2ª série do ensino médio, também falou de suas aprendizagens. “Para mim, é uma experiência maravilhosa, conseguimos aprender e debater sobre assuntos que são vistos, muitas vezes, com discriminação, com racismo e com preconceito. A palestra foi um momento para esclarecer dúvidas e para quebrar preconceitos que nós temos. Estudamos a história da África desde o século passado até os dias atuais”, comentou Esther.

A aluna Deborah Figueira Gomes, 17 anos, da 3ª  série do ensino médio, também falou sobre o conhecimento adquirido. “O projeto busca nos ensinar um pouco sobre a cultura dos antepassados, suas lutas, conquistas e reflexos de tudo isso no nosso cotidiano. Temos muito aprendizado individual, mesmo trabalhando em grupo”, comentou.

Neste ano, a escola realizou um seminário, com cinco temas: África, berço da humanidade; conexão África/Brasil (tráfico, escravidão e resistência); a campanha abolicionista; a influência cultural africana no Brasil e a situação de negros e negras no Brasil de hoje. As atividades relacionadas ao projeto prosseguem até o final do ano.

Jiquitaia

É um projeto que promove e valoriza a preservação do patrimônio cultural imaterial tocantinense, por meio de oficinas de dança. A Jiquitaia promove a expressão oral, o trabalho cooperado, e atua na autoestima, no respeito por si e pelo outro e amplia a capacidade de aprendizagens.

O grupo de dança Jiquitaia foi responsável por levar a cultura tocantinense para a França, no Ano Brasil na França com o espetáculo de súcia.  É um projeto que representa o orgulho de todos que trabalham na unidade escolar, por suas características e por ter levado o nome da escola para diversos lugares.

O grupo teve uma participação no filme Ayrton – Meninices no coração do Brasil, em 2021, que conta a infância e adolescência do piloto no sudeste do Tocantins. O grupo de dança se apresenta em eventos culturais, escolares e feiras de agronegócios.

“A cultura sem dúvida deve estar presente no ambiente escolar, pois ela também faz parte do processo de ensino e de aprendizagem. Ela nutre, socializa e fornece ideias para um aprendizado mais eficiente”, afirmou a diretora Marizete Cardoso de Souza Freitas, do Colégio Estadual Doutor Abner Pacini.

Consciência Negra

As principais atividades do projeto Consciência Negra: Experiência em Tempos de Pandemia, do Centro de Ensino Médio Tiradentes, foram realizadas entre os dias 16 a 20 de novembro de 2020. Os estudantes receberam uma seleção de filmes e documentários para assistirem e depois, eles realizaram pesquisas, resolveram atividades postadas na plataforma virtual de sala de aula e participaram de debates promovidos por meios virtuais.

As ações desenvolvidas alcançaram 381 estudantes, que responderam às atividades, e 173 que participaram das aulas realizadas por plataformas virtuais.

A professora Maria Leda Melo Lustosa Pereira foi responsável pela execução do projeto. “A escola se torna um ambiente, por excelência, pela efetivação do processo de mudança de mentalidade e sociais, mesmo em tempos de pandemia. A escola é local de disseminação de práticas valorativas referentes aos direitos humanos”, esclareceu.