Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Opinião

Fabrício Santos tem formação em análise de sistemas pela Universidade Salgado de Oliveira.

Fabrício Santos tem formação em análise de sistemas pela Universidade Salgado de Oliveira. Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Fabrício Santos tem formação em análise de sistemas pela Universidade Salgado de Oliveira. Fabrício Santos tem formação em análise de sistemas pela Universidade Salgado de Oliveira.

Com 3,8 milhões de quilômetros quadrados, o Norte do Brasil compõe 45% do território nacional, o que a configura como a maior em extensão territorial do país. Essa dimensão geográfica é um dos principais fatores que tornam a logística nessa região um grande desafio para os agentes de distribuição brasileiros.

Além de muito extensa, trata-se de uma localidade pouco povoada e com pontos urbanos distantes um do outro, o que contribui para que as entregas sejam mais demoradas e, consequentemente, com custos maiores de frete. Outro desafio no processo logístico é a utilização de inúmeros modais de transporte, sendo necessário utilizar meios fluviais, rodoviários e até aéreos em apenas uma entrega. De acordo com pesquisa divulgada em 2022 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apenas 23% dos empresários do Norte consideram boa a infraestrutura da região.

Nesse cenário, a complexidade para traçar rotas e completar entregas levam ao problema de preservação das mercadorias durante o transporte. A demora no percurso, além da necessidade de uso do modal fluvial, aumentam as chances de contaminação e dos riscos da perda dos produtos, exigindo mais cuidados na armazenagem, principalmente para mercadorias perecíveis, tornando essencial o investimento tanto em embalagens de qualidade quanto em uma força de trabalho capacitada.

Em contrapartida, apesar dessas adversidades, a região Norte apresenta um vasto potencial de crescimento econômico, como evidenciado pelo sucesso do polo industrial de Manaus, no estado do Amazonas, que respondeu pelo quinto maior PIB (Produto Interno Bruno) do Brasil em 2022 e já acumulou um faturamento de US$ 10,93 bilhões apenas nos primeiros meses de 2023, segundo dados do Governo Federal.

Então, como driblar os desafios logísticos e aproveitar o potencial que o norte brasileiro oferece? Para superar com sucesso tais adversidades, é necessário adotar uma abordagem estratégica, que vai além do cumprimento de requisitos essenciais, como o investimento em embalagens de alta qualidade e na preservação das mercadorias durante o transporte.

Para vencer esses desafios a longo prazo, o setor atacadista distribuidor precisa concentrar investimentos em soluções tecnológicas, como a adoção de um Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS), que desempenha um papel fundamental por permitir um controle preciso sobre o estoque, garantindo a qualidade e a conservação das mercadorias, minimizando assim perdas financeiras e desperdícios. Ou seja, o gerenciamento por meio de um WMS é indispensável, uma vez que a tecnologia não apenas simplifica o processo, mas também oferece a precisão que métodos manuais não conseguem proporcionar.

Além disso, como o transporte de mercadorias no Norte também é um grande desafio, é importante que as empresas invistam em soluções que façam controle e gestão de rotas de entregas. Dessa forma, é possível traçar rotas inteligentes e mais econômicas, que evitem locais de risco, além de conseguir mapear a localização exata do transporte em tempo real, garantindo maior controle da qualidade das mercadorias durante o percurso.

Portanto, é possível afirmar que, embora os desafios persistam, a região Norte do Brasil tem o potencial de se tornar um polo econômico de destaque. Basta que as empresas estejam dispostas a enfrentar as adversidades com criatividade e inovação tecnológica, reforçando a visão a longo prazo e, consequentemente, os ganhos que serão obtidos com esse avanço.

*Fabrício Santos é diretor da onBlox, empresa do Grupo Máxima que desenvolve softwares logísticos comercializados em módulos para a cadeia de abastecimento. Com formação em análise de sistemas pela Universidade Salgado de Oliveira, o executivo atuou por mais de 12 anos na PC Sistemas (atual Totvs), onde desenvolveu vasta experiência na construção de sistemas.