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Economia

Foto: Divulgação Precisa/AI

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Os seus colaboradores andam contentes com a sua empresa? 27% dos profissionais brasileiros, ou seja, quase um terço do total estão insatisfeitos e até consideram sair do trabalho nos próximos três a seis meses, segundo uma pesquisa da consultoria McKinsey & Company. Fora esses que já sabem que querem deixar a empresa, ainda tem muita gente que já desistiu de dar o seu melhor por ela, os que estão vivendo um fenômeno chamado “quiet quitting”.

O “quiet quitting” já é considerado por especialistas uma ameaça global para as empresas. Trata-se de profissionais que decidiram que farão apenas o que de fato foram contratados para fazer, sem muito esforço, criatividade ou vontade de se envolver nos projetos da empresa ou até mesmo de trocar com os próprios colegas. O problema é que isso prejudica a cultura organizacional do negócio e até afeta os resultados e, a longo prazo, o faturamento da marca.  

No Brasil, nas redes sociais a expressão “esforço mínimo por um salário mínimo” se popularizou e aponta uma das causas de tanta insatisfação dos colaboradores: o salário. Mas essa não é a única razão. A especialista em carreiras e negócios Neili Martins desvendou outras possibilidades. “Nós temos notado uma sensação de desvalorização muito grande por parte dos colaboradores, além disso, a exigência de metas, às vezes, inalcançáveis, a falta de feedbacks e a vontade de ter uma vida mais saudável, sem espaço para síndromes como o burnout, por exemplo, são alguns dos motivos por trás do fenômeno”, detalha Neili.

Demitir o colaborador que se sente desmotivado não resolve o problema. O “quiet quitting” é uma questão normalmente coletiva e a alta rotatividade de funcionários não é nada positiva para a imagem da marca e ainda gera aumento dos custos. “Os gestores precisam alinhar quais as obrigações de cada cargo, se esforçar para darem os feedbacks positivos e até os negativos, mas de maneira acertada e construtiva, evitar o desgaste do profissional com demandas excessivas e cobranças injustas, dar espaço para que os funcionários se abram sem medo e contem o que percebem que poderia ser melhor na empresa”, explica a especialista.

O fato é que não adianta fechar os olhos para a situação e achar que o “quiet quitting” é uma questão do colaborador porque a empresa é quem mais sai perdendo com uma equipe que quer entregar o mínimo. O ideal, para quem não sabe por onde começar a colocar em prática a solução do problema ou mesmo nem identificou qual o problema da empresa, é buscar ajuda de um profissional da área, que possa trabalhar o assunto com os gestores e, depois, também com a equipe. (Precisa/AI)