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Estado

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Com mais de 460 mil habitantes, Porto Velho (RO) atende menos da metade da população com acesso à água potável (41,8%) e somente 9,9% com coleta de esgoto, enquanto trata somente 1,7% do esgoto gerado.

Diante dessas condições extremamente precárias de saneamento, a capital de Rondônia se encontra na última posição do Ranking do Saneamento 2024 - estudo do Instituto Trata Brasil que analisa os indicadores de saneamento das 100 cidades mais populosas do país de acordo com informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (2022).

Em comparação à edição passada do Ranking, Porto Velho caiu duas posições e aparece na 100ª posição no atual relatório. A precariedade da cidade é consequência da falta de investimento para melhoria dos serviços básicos, uma vez que a média de investimento em saneamento por habitante do município é de apenas R$ 37,47 - valor que está muito distante da média nacional de R$ 110,55 e do patamar de R$ 231,09, considerado o necessário para universalizar o saneamento até 2033, segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB).

A ausência do saneamento traz severas consequências para a qualidade de vida e bem-estar do cidadão. Além de afetar diretamente a saúde, implicando no aumento de internações e óbitos por doenças de veiculação hídrica, a falta do básico impacta na vida e desenvolvimento escolar dos jovens, afeta a produtividade dos trabalhadores e consequentemente, implica nos pilares da economia local, além de propiciar a degradação do meio ambiente e a contaminação dos corpos hídricos.

Segundo informações do IBGE (2022) presentes no Painel Saneamento Brasil, o aluguel médio das moradias com saneamento básico é de R$ 1.800,00, enquanto das casas sem os serviços básicos é de R$ 540,74 - uma diferença de R$ 1.259,26.

Com metas definidas pelo Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020), o país tem como propósito fornecer água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%, até 2033. Sendo assim, o Ranking do Saneamento 2024 liga um alerta, seja para Porto Velho, como também para os municípios nas últimas posições, para que possam atuar pela melhoria dos serviços e priorizar o básico.

Luana Pretto, presidente-Executiva do Trata Brasil, enfatiza a urgência dos municípios com condições precárias de saneamento em voltar os esforços para ampliar a infraestrutura: “Temos menos de 10 anos para cumprir o compromisso de universalização do saneamento que o país assumiu para com os seus cidadãos. Ainda assim, cinco capitais da região Norte e três da região Nordeste não tratam sequer 35% do esgoto gerado. Neste ano, de eleições municipais, é preciso trazer o saneamento para o centro das discussões”. (TrataBrasil)

Confira aqui o relatório completo. 

(Fonte: Instituto Trata Brasil)