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Entre os indígenas, a mortalidade infantil é o dobro da média nacional, e os índices de desnutrição também são altos. É o que revela o relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil 2006/2007, elaborado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

De acordo com o relatório, apresentado nesta quinta-feira na 46ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disenteria, pneumonia e tuberculose foram algumas das causas das 51 mortes de crianças indígenas nos últimos dois anos - 29 em 2006 e 22 em 2007.

"Em Mato Grosso [em 2006], 17 crianças morreram em conseqüência da desnutrição. Em Rondônia, foram registrados sete casos e, em Tocantins, 11 casos de óbito infantil causados por desnutrição, desidratação e, especialmente, por falta de tratamento adequado", registra o capítulo sobre mortalidade infantil do relatório.

Segundo o levantamento do Cimi, os estados de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Tocantins foram os que apresentaram o maior número de mortes por desnutrição e desidratação infantil entre os índios. As causas apontadas pelo relatório vão desde a saúde precária das mães à falta de transporte para os postos médicos.

"É conseqüência e testemunho da saúde extremamente precária das mães que, amamentando, não conseguem alimentar seus filhos e, além disso, não têm assistência pré-natal e pós-natal adequada." O levantamento aponta ainda a "falta de alimentação, terra, segurança alimentar, água potável, saneamento, prevenção, vacinação e assistência médica" entre os fatores que levam a tal situação.

O documento do Cimi relaciona 74 casos de desnutrição entre índios em 2006 e 491 em 2007. Só em Mato Grosso do Sul, são 184, segundo o coordenador de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no estado, Zelik Trajber, conforme relatado no documento.

"Das 2,3 mil crianças de zero a cinco anos atendidas pela Funasa, 184 sofrem de desnutrição e ainda há 322 crianças sob risco de desnutrição", informa o relatório.

Fonte: Agência Brasil