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Opinião

Sempre estou por aqui emitindo minha opinião sobre a política, independente de ser favorável à situação ou oposição, pois na realidade, minha preocupação é com o povo (onde eu me incluo), que durante as negociações extras palanque e tribuna, sempre são esquecidos pelos políticos de outrora ou atuais. No presente momento, estamos passando por um fato inusitado na nossa política e ao ler alguns jornais, pude observar que boa “parte” da oposição (Siqueiristas) tem se mobilizado para fazer “campanha” pelas eleições diretas, contrariando ao que foi determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que julgou pela eleição indireta. Infelizmente ou felizmente, a determinação das novas eleições no Tocantins tomou como base o artigo 81 da Constituição Federal, que prevê eleições indiretas (realizada pelo Congresso Nacional) em caso de vacância do presidente e do vice-presidente da República “no segundo biênio do mandato”, independentemente da natureza do afastamento. Caso o atual Governo fosse julgado e afastado antes do segundo biênio, aí sim seria aplicada a eleição direta.

Apesar de concordar que o mais legítimo seria o povo escolher um novo Governo, não tenho visto com bons olhos a “forma com que tem iniciado” essa movimentação em prol das eleições diretas. Ainda mais que nos bastidores, comenta-se que se trata de mais uma peripécia maquiavélica do velho Siqueira Campos. Por outro lado, fica muito difícil enxergar algo bom em uma eleição indireta, promovida por uma Assembléia com histórico de venalidade e descomprometimento com seus representados. A começar pelo presidente daquela casa que, aliás, assumindo interinamente o Governo, finalizará uma obra que já vem de outros governos, um túnel de acesso definitivo, ligando de uma vez por todas os poderes Executivo e Legislativo do estado. Transformando isso aqui, na *“casa da mãe Joana”...

Portanto, nesse exato momento em que estou aqui trabalhando duro e os nossos representantes curtem o recesso parlamentar do mês de julho, a oposição planeja antecipar as eleições de 2010 e a ala governista tenta captar o máximo de aproveitadores na casa legislativa, para garantir a manutenção das eleições indiretas, que ao final, elegerá um de seus representantes. Literalmente, estamos entre a cruz e a espada. Mesmo aqueles que se dizem da “terceira força” (como o PT), estão interessados mesmo é no poder a qualquer custo (entenda-se preço). A síndrome do maquiavelismo se espalha como a gripe suína e não há o mínimo de interesse de colocar alguém que nos passe mais “confiança”, principalmente que faça jus ao que, intrinsecamente, a cassação do atual Governo quis nos mostrar. A mensagem que se deve tirar desse julgamento, é que fora feito uma manutenção dos direitos e garantias iguais para todos e que consequentemente vem a provar para classe política, que daqui para frente eles terão de optar por pessoas mais preocupadas com o bem comum, trabalhando sempre sob a égide da lei.

*Casa da mãe Joana - Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro cuja proprietária se chamava Joana. Como, fora dali, esses homens mandavam e desmandavam no país, a expressão casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

(Mário Sérgio Melo Xavier)

Autor do Blog: www.envergaduramoral.com.br