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Polí­tica

Chegou ao fim nesta sexta-feira, 5, a queda de braço travada pelo prefeito de Palmas Raul Filho e a deputada estadual e primeira-dama, Solange Duailibe contra Diretorio Regional do Partido dos Trabalhadores do Tocantins.

A disputa entre o Diretório Estadual do PT e o prefeito e a deputada começou durante a campanha eleitoral de 2010, quando o Partido optou por, inicialmente, lançar uma candidatura própria para o Governo do Estado e abrir mão do apoio a um candidato de seu maior aliado no Estado, o PMDB.

Depois de uma frustrada convenção partidária na qual o nome do ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão era definido como candidato majoritário da corrida petista ao governo, no entanto, a situação tomou um rumo diferente. Mesmo com a candidatura oficialmente lançada, o PMDB não desistiu de levar o PT para sua coligação e, depois de muita negociação e tensão nos bastidores, o Partido da presidente Dilma Rousseff desistiu de sua candidatura ao governo e optou por lançar um candidato ao senado pela chapa do então candidato a governador, Carlos Gaguim (PMDB).

Neste ponto a disputa entre Raul e diretório ganhou mais corpo. Entre conversas de bastidores e fatos revelados ao grande público, a grande disputa ficou por conta do nome a ocupar a vaga de candidato ao senado. O PT naquele momento tinha dois nomes consistentes: Paulo Mourão, apoiado pelo diretório estadual e a deputada Solange Duailibe, com o suporte de Raul Filho e seu grupo aliado.

Com a definição pelo nome de Mourão, a insatisfação levou o prefeito de Palmas a apoiar a candidatura do senador João Ribeiro (PR), contrariando todas as determinações do partido e gerando ainda mais conflitos internos no PT.

Passadas as eleições, a disputa ganhou mais um capítulo no pleito pela presidência da Assembeia Legislativa. Sem o apoio do Partido para concorrer ao Senado, Solange foi reeleita deputada estadual e se candidatou, posteriormente, de última hora, segundo o PT, a presidente da Casa de Leis do Tocantins. Neste momento, o PT já havia definido por não apoiar o grupo de deputados que ficou ao lado de Solange e determinou que seus outros dois parlamentares eleitos, Amália Santana e José Roberto Forzani votassem no deputado Raimundo Moreira (PSDB) para presidente da Casa.

Com a deliberação do Partido, a tensão entre PT, Solange e Raul aumentou levando a deputada, ainda, a declarar sua vontade de sair da legenda e compor, possivelmente com o PSD, que ainda hoje está em processo de criação e é encabeçado pela senadora Kátia Abreu, no Tocantins. Já Raul Filho sempre deixou clara sua vontade de permanecer nos quadros petistas do Estado.

Com o julgamento dos dois, em abril deste ano, a intenção do PT era expulsar tanto Solange, quanto Raul dos quadros do Partido. E mais, o Partido dos Trabalhadores ainda pretendia recorrer do mandato da deputada por desobediência e infidelidade partidária nos casos do apoio a João Ribeiro e da candidatura à presidência da Assembleia. No entanto, mesmo expulsos em primeira instância, os políticos recorreram e, em instância nacional, conseguiram uma pena bem mais branda que está próxima do fim. Em 16 de agosto, os dois retornam ao partido e podem manter seus trabalhos normalmente.