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Meio Ambiente

Agricultores e representantes de associações e cooperativas rurais de 11 municípios que formam a área de influencia da Usina Hidrelétrica de Belo Monte interditaram por volta das 9h da manhã desta terça-feira, 30, a Rodovia BR-230, a Transamazônica, na altura do quilômetro quatro, no trevo que dá acesso a Vitória do Xingu e Belo Monte, sentido Altamira - Marabá.

O local do acampamento foi escolhido de forma estratégica, a fim de impedir o acesso das máquinas e trabalhadores ao canteiro de obras de da hidrelétrica de Belo Monte.

O movimento promovido pela Fundação Viver, Produzir e Preservar (Fvpp) e pela Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetagri) regional, denominado “Acampamento Xingu 2011- O despertar para novos tempos”, teve início na última segunda-feira, 29, em Altamira.

Segundo João Batista Uchôa, coordenador do movimento, a ação é pacífica e não protesta contra a construção da hidrelétrica, mas quer chamar a atenção dos governos federal e estadual pela situação que ocorre em Altamira e na região de influencia direta da usina, “as obras da hidrelétrica estão a todo vapor, mas a pauta do movimento social que já vem sendo discutida ha 20 anos, não conseguem avançar”, adiantou Uchoa.

O movimento exige a presença do primeiro escalão dos governos federal e estadual em Altamira, para garantir a negociação da pauta estabelecida para o ato que discute 5 eixos temáticos: questão fundiária, infraestrutura, desenvolvimento urbano, estratégias produtivas, políticas sociais e gestão ambiental.

Segundo a organização do acampamento, alguns números demonstram o descaso dos governos com a região.

Em relação ao programa federal “Luz para Todos”, somente 40% da região foi atendida. Dentro do Pará a BR 230 tem 976 quilômetros entre Marabá e Itaituba, desses, apenas 726 quilômetros foram contratadospara o asfaltamento, deixando de fora 250 quilômetros de rodovia entre Medicilandia e Rurópolis. Os trechos contratados estão sendo executados com lentidão, devido a problemas com licenciamento da obra e a retirada de materiais.

No que diz respeito aos assentamentos rurais, eles não tem licença ambiental o que impede os clientes da reforma agrária terem acesso aos créditos. Além disso, os mais de 25 mil quilômetros de estradas vicinais e ramais dos 11 municípios da região da Transamazônica e Xingu, não tem verba pública destinada para abertura e manutenção, uma vez que os governos não se entendem em relação a responsabilidade dessas estradas.

Ontem os acampados caminharam pelas principais ruas da cidade de Altamira. (Assessoria de Imprensa Fundação Viver Produzir e Preservar)