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Estado

A Secretaria Estadual de Saúde – Sesau informou que no dia 02 de junho de 2012 por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde/Unidade de Resposta Rápida e Diretoria de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador acionou a área técnica do Programa de Vigilância Ambiental Relacionada aos Desastres Naturais – VIGIDESASTRES para que a mesma realizasse inspeção na área para o acompanhamento da situação envolvendo a contaminação das águas do Ribeirão Taquaruçú por substancia não identificada.

De acordo com a análise visual da área afetada, foi comprovada a alteração das águas do ribeirão no aspecto da coloração. Posteriormente, foram divulgados resultados preliminares realizados pela Companhia de Saneamento do Tocantins - Saneatins que apontaram a presença de cianobactérias nas águas do Ribeirão Taquaruçu.


Como medida preventiva, o responsável pela área técnica, Eng Ambiental Jean Marcel Pinto Cordeiro, juntamente com as Defesas Civil Estadual e Municipal entraram em contato com a Vigilância em Saúde Ambiental de Palmas para que a mesma emitisse um alerta para as unidades de saúde para que estas atentassem quanto ao aparecimento de casos relacionadas a dermatites, diarréias, irritações oculares ou qualquer agravo que pudesse estar relacionado com pacientes que tiveram ou venham ter contato com as águas do lago no período.

A Sesau informou que por meio de suas áreas técnicas, tem estado presente em todos os momentos de discussões realizados em conjunto com a defesa civil e demais órgãos envolvidos.

Diante do risco que a exposição à cianobactérias pode acarretar a saúde humana, a Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins através da Vigilância Ambiental e LACEN, fez coletas de amostras na captação do sistema de abastecimento do município de Palmas, como medida preventiva e nos demais pontos do Ribeirão Taquaruçú, e também no lago da UHE - Lajeado, a fim de detectar a espécie de cianobactéria.

A Secretaria de Saúde do Estado alerta para que a população respeite a interdição das praias e não consumam pescados de origem do lago até a confirmação de que a floração da alga não trará riscos à saúde da população.


Caracteristicas das cianobactérias e cianotoxinas


As cianobactérias ou algas azuis, são capazes de viver e se multiplicar em qualquer ambiente aquático, sendo os mais favoráveis os de água doce de pH entre 6 e 9, temperatura entre 15 e 30 °C e alta concentração de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo.


A crescente eutrofização dos ambientes aquáticos tem sido produzida principalmente por atividades humanas, causando um enriquecimento artificial desses ecossistemas. As principais fontes desse enriquecimento têm sido identificadas como o lançamento de esgotos domésticos e industriais dos centros urbanos e a poluição difusa originada nas regiões agricultáveis. Estas florações se caracterizam pelo intenso crescimento desses microorganismos na superfície da água, formando uma densa camada de células com vários centímetros de profundidade.

É amplamente aceito pelos microbiologistas e limnologistas que estudam a formação dessas florações, que a carga de nutrientes, o tempo de retenção da água, a estratificação e a temperatura são os principais fatores que influenciam a formação e intensidade das florações destas algas.

De acordo com Sant’Anna e Azevedo (2000) já foram registradas à ocorrência de pelo menos 20 espécies de cianobactérias potencialmente tóxicas, incluídas em 14 gêneros, em diferentes ambientes aquáticos brasileiros. De acordo com os autores, a espécie Microcystis aeruginosa apresenta a distribuição mais ampla no Brasil e Anabaena é o gênero com o maior número de espécies potencialmente tóxicas (A. circinalis, A. flos-aquae, A. planctonica, A. solitaria e A. spiroides). (Com informações da Sesau)