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Estado

O interventor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Isaac Averbuch, concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 4, na qual comentou sobre as ações federais no período de intervenção da Celtins. Ao todo, oito concessionárias do grupo EDP estão sob intervenção da Aneel. 

A medida foi aprovada pelo governo federal no mesmo ato em que foi pedido o afastamento de todos os membros da diretoria da Celtins, além do bloqueio de bens dos diretores da companhia. Com isto, todas as decisões administrativas e ações da companhia ficam a encargo de Averbuch, o interventor da Aneel.

Averbusch destacou, no entanto, que mesmo com a intervenção da Aneel e o afastamento da diretoria da Celtins, o consumidor não sofrerá com mais um aumento de tarifa da energia. De acordo com o funcionário da Agência Nacional, todos os programas e valores promovidos até então serão mantidos. “A intervenção não tem nada a ver com tarifa. Na prática não muda nada para o consumidor”, disse. Atualmente o Tocantins é o 11º Estado com maior tarifa de energia elétrica no Brasil.

De acordo com o membro da Agência, a meta é que seja garantida a qualidade do serviço prestado ao consumidor tocantinense. O principal problema, que gerou a intervenção federal na Celtins, segundo Averbuch, foi de cunho financeiro. Segundo o interventor, não existe qualquer tipo de suspeita quanto à improbidade na administração do serviço. “Esta medida é mais calcada no sistema financeiro. É dotar a companhia de instrumentos para sair desta crise”, disse.

Dívidas

O problema básico da Celtins, que gerou a intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica foram dívidas acumuladas da empresa tocantinense. “Nosso primeiro passo será negociar as dívidas com os bancos, tributos e multas com a Aneel”.

Averbuch informou, contudo, que não consta no pacote de ações cortes de pessoal ou de investimentos em qualquer área. Programas federais como o “Luz para Todos” também não sofrerão qualquer tipo de alteração. “Não se pensa em cortes de pessoal. Os contratos tem que ser todos cumpridos”, salientou.

Venda da Celtins

Para que as dívidas sejam sanadas, o interventor da Aneel destacou que a companhia poderá ser vendida por inteiro, ou em partes. Averbuch informou que esta pode ser uma medida para quitar os débitos da empresa. Ele informou, ainda, que esta negociação já vem sendo feita pelo grupo que administra a Celtins. “Eu não estive ainda com os controladores, mas é possível que neste exato momento, algum grupo tenha feito uma oferta pela companhia”, explicou.

A venda, no entanto, não é a única saída para a Celtins. Caso o atual grupo controlador consiga pagar as dívidas constantes, ele poderá reassumir o comando da empresa. “Eles podem conseguir um financiamento, ou vender outros ativos da companhia para pagar as dívidas, se acharem que vale a pena”, completou Averbuch.

Esta foi a primeira visita do interventor da Aneel à Celtins. Issac Averbuch informou, no entanto, que irá permanecer no Tocantins para gerir a empresa durante o período de intervenção federal. A empresa tem um prazo de dois meses para apresentar um plano de recuperação financeira e reestruturação técnica para que a medida seja suspensa.