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Saúde

O conhecimento sobre as formas de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis e gravidez foi avaliado entre estudantes com idade entre 12 e 17 anos, em uma escola pública e outra particular de Gurupi. Os resultados indicam que, diante do alto índice de gravidez na adolescência, os jovens possuem um conhecimento irreal e superestimado em relação ao tema. O trabalho foi publicado na revista científica do Centro Universitário UnirG, Amazônia Science & Health v.1 n.3 (2013).

O estudo foi desenvolvido pelo farmacêutico egresso da UnirG, Vanderson Ramos Mafra, e por uma equipe de professores formada pelo Dr. Gustavo José von Glehn dos Santos, do Centro Universitário UnirG; Me. Sabrina Paiva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins e Drª Elisângela Elena Nunes Carvalho, da Universidade Federal de Lavras.

Os dados foram coletados em agosto de 2010, em forma de entrevista com questionários. Participaram da pesquisa 250 alunos, sendo 191 de escolas públicas 59 de escolas particulares. A maioria dos participantes foi do sexo feminino.

Grande parte dos entrevistados de ambas as escolas, 98,8%, afirmaram conhecer pelo menos um método contraceptivo. O preservativo foi o mais citado (98%), seguido pela pílula do dia seguinte (43,6%), medicamento de uso oral (38%), injetável (21,6%) e diafragma (16,4%). Além disso, os jovens classificaram o conhecimento que possuem sobre o tema, como suficiente e bom.

Os pesquisadores ressaltam porém, que segundo dados de 2009, da Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins nasceram 6.707 bebês de mães adolescentes, uma média de 18,37 crianças nascidas por dia. Com relação aos nascidos vivos nos grupos de mães com idades entre 10 e 14 anos, o estado do Tocantins ficou em quarto lugar, com 1,5%, empatado com estado do Amazonas e ficando atrás apenas dos estados do Maranhão (27,9%) e do Pará (27,7%).

“A questão da gravidez na adolescência é recorrente e a anticoncepção é apontada como uma solução para o problema, mas isso não é uma questão simples em nenhuma faixa etária, muito menos na adolescência”, afirma o farmacêutico Vanderson Ramos Mafra.  

Ainda segundo a pesquisa, os dados indicam um conhecimento superestimado, errôneo e irreal do jovem sobre o assunto. Isso pode estar relacionado a diversos fatores, como a falta de orientação, ou orientação sexual inadequada por parte dos familiares e educadores, além da constatação da falta de maturidade com relação à responsabilidade psicossocial do jovem.

Ainda segundo o estudo, a ausência de informações de boa qualidade sobre métodos anticoncepcionais na adolescência traz complicações sociais com repercussões não somente para a mãe jovem como também para a criança, a família e toda a sociedade.

Os pesquisadores ressaltam que os dados permitem sugerir a formulação de propostas de modificações no sistema de ensino adotado pelas escolas, buscando métodos mais eficientes para a conscientização tanto dos alunos quantos dos pais e professores responsáveis.