Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Saúde

 De janeiro a agosto deste ano HGP já recebeu 1.580 pacientes vítimas de acidente de trânsito

De janeiro a agosto deste ano HGP já recebeu 1.580 pacientes vítimas de acidente de trânsito Foto: Frederick Borges

Foto: Frederick Borges  De janeiro a agosto deste ano HGP já recebeu 1.580 pacientes vítimas de acidente de trânsito De janeiro a agosto deste ano HGP já recebeu 1.580 pacientes vítimas de acidente de trânsito

Durante a Semana Nacional de Trânsito no Tocantins, que segue até o próximo dia 25, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) chama atenção para os inúmeros problemas que as ocorrências de trânsito acarretam para a vítima, familiares e para o serviço público.  É um custo que passa pelos serviços de saúde, com lotação de hospitais, gastos com tratamentos e ocupação de leitos, ônus à empresa, caso a vítima seja empregado, custos para o INSS e previdência, além do impacto familiar. Esses são resultados de acidentes de trânsito com vítimas, que de janeiro a agosto deste ano já encaminharam 1.580 pacientes ao pronto socorro do Hospital Geral de Palmas (HGP).

Segundo o setor de faturamento do HGP, as despesas com um paciente que apresenta várias fraturas, o que acontece com 90% dos acidentados de trânsito, ficam em torno de R$ 2.000 e R$ 2.500 a cada três dias de internação normal, sem uso da média e alta complexidades, como Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e centro cirúrgico. Já para o paciente que precisa desses serviços, o valor fica entre R$ 3.600 e R$ 4.000, levando em consideração o mesmo tempo de internação.

O aumento é constatado em função do valor da diária da UTI e dos exames da alta complexidade, como ressonância magnética, tomografia e outros. “Por se tratar de um paciente politraumatizado, ele necessita de atendimento que envolve a equipe multiprofissional. À medida que o paciente necessita dos profissionais e das altas complexidades o atendimento se torna mais oneroso”, explica a diretora geral do HGP, Renata Duran, acrescentando que além das altas complexidades, muitas vezes ele precisa ser submetido a várias cirurgias e alguns chegam a permanecer internados por até seis meses.

O jovem Paulo Junior, de 20 anos, é um dos pacientes que estão internados no HGP vítimas de acidentes de trânsito. Ele conta que sofreu um acidente com motocicleta no município de Pindorama, onde reside, e está há mais de mês em tratamento, já que teve várias fraturas.  “Não me recordo de muita coisa do acidente, o que lamento é que por causa disso deixei de trabalhar, estou longe de minha família e dos amigos”, disse.

Cirurgias e próteses

A maioria dos pacientes vítimas de acidentes de trânsito necessitam de cirurgias ortopédicas e em muitos casos de uso de próteses. Em 2014, o hospital realizou 3.199 cirurgias ortopédicas e teve uma despesa de mais de R$ 1 milhão com próteses. No primeiro semestre deste ano, foram realizadas 2.340 cirurgias e gastos aproximadamente R$ 250 mil em próteses.

Em 2014, o HGP recebeu 2.457 pacientes vítimas de acidentes de trânsito. Este número representou 80% das ocorrências graves admitidas na emergência do pronto socorro. A principal causa foi acidentes envolvendo motociclistas, com cerca de 60% do número total de acidentados.

Sequelas

Para a diretora do hospital, o tempo de internação e os gastos com o paciente internado ficam em segundo plano se comparados as sequelas que ele pode carregar por toda vida. “As lesões variam desde deformidades estéticas e funcionais, fraturas e graves feridas até a paralisação e amputação de membros, por exemplo, isso o prejudica em uma série de fatores em sua vida”, ressalta.

Sequelas

As sequelas de um acidente podem ser muitas, dentre elas a físicas, quando há perda de locomoção decorrente de fraturas que podem causar paralisação, amputação ou deformidades; social, com perda de convívio no meio social que antes ocupava, por causa de limitações, por exemplo, de locomoção; financeira, a pessoa passa a ter como renda financeira, o auxílio da Previdência Social, que em determinados casos é insuficiente para sua manutenção; profissional, muitas vezes não consegue se inserir novamente no mercado de trabalho e em alguns casos nem pode mais exercer a profissão, e familiar, quando em alguns casos o paciente passa a ser totalmente dependente de familiares, o que acarreta em mudanças de hábitos e estilo de vida junto aos demais membros da família.