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Polí­tica

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O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) considerou proveitosa a reunião com o ministro Eduardo Braga, de Minas e Energia, para a exposição do reitor Márcio da Silveira, da Universidade Federal do Tocantins, sobre a produção de etanol de batata-doce, nesta última quarta-feira, 16.

Após um breve histórico da experiência tocantinense e ampla exposição de motivos sobre a alternativa viável de produção do álcool pela Usina Flex da UFT, o ministro lembrou que ele próprio solicitou a apresentação ao senador e afirmou estar aberto para conhecer novas matrizes energéticas. “Para nós, o que interessa é a energia limpa”, argumentou o ministro.

Durante sua fala, o professor Márcio mostrou todas as vantagens do etanol de batata-doce, desde a produção da matéria-prima até os derivados produzidos, como plástico, ração e até bebida, passando pela tecnologia e farta mão-de-obra que pode ser aproveitada no setor de agricultura familiar. O senador Donizeti e o reitor explicaram ao ministro que, apesar das vantagens demostradas, há ainda um desconfiança e falta de vontade política em ampliar o projeto, já aprovado pela parceria recente com a Embrapa e Sudam.  “Precisamos inverter a lógica da exportação ‘in natura’ do produto. Temos um tesouro que estava escondido”, assegurou o parlamentar.

O professor mostrou as vantagens econômicas, sociais e tecnológicas, de um produto que, segundo ele, é aprovado pela Nasa e amplamente trabalhado na China, mas relegado a segundo plano no Brasil, que tem preferido a cana de açúcar, o milho e a mandioca, infinitamente inferiores no custo-benefício. Entre as vantagens destacadas pelo reitor coloca-se que a batata-doce é uma planta de resistência à seca e fácil adaptação a solos de baixa e média fertilidade. O discurso foi corroborado pelo agricultor Raimundo Marques e o prefeito Valter Peixoto, de Conceição do Araguaia, no Pará, que já têm cultura experimental.

O ministro Eduardo Braga, que ouviu atentamente a explanação, pediu ao secretário Marco Antonio Martins de Almeida uma cópia do material apresentado para um melhor estudo do Ministério, argumentando que “não devemos abrir mão de nenhuma tecnologia de etanol” e propôs a realização de um seminário com a participação de empresários para convencer o setor privado da eficiência e vantagens do etanol de batata-doce. “Isto precisa ser mostrado como um produto viável”, concluiu.

O senador Donizeti Nogueira considerou bastante proveitosa a reunião, argumentando que é necessário ampliar o debate porque é bom para o Estado do Tocantins, para a região Norte e para a Amazônia Legal, como alternativa para a produção de biodiesel. Ele também ficou otimista com a idéia do agricultor Raimundo Marques, colocando-se a disposição para mediar negociações para a implantação de uma usina flex, em Conceição do Araguaia, para a produção de biodiesel de batata-doce, com a supervisão da Embrapa e da UFT.