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Saúde

Foto: Divulgação

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A maior epidemia já registrada no mundo por vírus Zika ocorre atualmente no Brasil, segundo o infectologista e coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo, Marcos Boulos. Em entrevista a programa da TV Brasil, o especialista sinalizou que as prefeituras erraram ao não manterem um grupo técnico permanente de controle do vetor. 

O especialista defende o combate sistemático ao Aedes Aegypti, conhecido como mosquito dengue. O inseto também é o transmissor do vírus Zika e da febre chikungunya. “Precisamos conhecer melhor o Zika para saber no que ele pode se transformar. Estamos assustados com os  para-efeitos, as coisas que estão acontecendo por causa do Zika”, disse. 

Balanço do Ministério da Saúde, divulgado nesta última terça-feira, 12 de janeiro, indicou 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika em recém-nascidos notificados entre 22 de outubro de 2015 e 9 de janeiro. O boletim também confirma a morte de dois recém-nascidos e dois abortos de bebês com a malformação em decorrência da doença. As notificações da malformação foram registradas em 724 Municípios de 21 Estados. 

“A infecção por Zika, até então, era considerada uma doença mais branda que a própria dengue, já que causa febre baixa, manchas pelo corpo que desaparecem em dois ou três dias e quadros clínicos menos graves”, esclareceu o coordenador. 

Diante de apontamento de erros dos gestores municipais, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lembra que o repasse de recursos federais destinados vigilância em saúde tiveram redução de 15% em 2015. A entidade também informa que uma decisão adotada pelo Ministério da Saúde reduziu a quantidade de agentes comunitários e de combate às endemias, o que impactou o trabalho devolvido pelas prefeituras.

Além disso, o presidente da Confederação, Paulo Ziulkoski, tem avisado há anos que o difícil cenário de crise financeira – agravado ao longo dos anos pela transferência de responsabilidades da União aos Municípios – inviabilizaria as ações primordiais das administrações local. 

Iniciativa

Salas de Coordenação e Combate ao Aedes Aegypti devem promover articulação dos governos estaduais e municipais e mobilizar os diversos atores, como a sociedade civil. Elas foram instituídas pelo decreto publicado no final de dezembro e os responsáveis pelos espaços – voltados ao combate ao mosquito – serão indicados até está sexta-feira, 15 de janeiro. O objetivo é envolver os governos estaduais como atores da erradicação do mosquito.

Já os governos municipais estão envolvidos na campanha Municípios contra o Aedes Aegypti promovida pela CNM. (com informações da Agência Brasil)