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Opinião

Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros

Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros

No artigo anterior falamos sobre o grito dos inocentes que habitam as águas. Agora, vamos falar sobre os que moram sobre a terra, bem ao nosso lado.

Começaremos pela França, onde temos o patê de fígado de ganso ou ‘foie gras’. Vocês sabem como ele é feito? Imaginem milhares de gansos presos num local minúsculo, com as patas pregadas no chão para evitar que andem, ‘alimentados’ através de um tubo de 30 cm introduzido dentro da garganta por onde entram 3,5 kg de ração por dia, diretamente no estômago. Após essa ‘refeição’ um anel elástico é apertado no pescoço do animal para evitar que vomite.

Essa ração é uma mistura de milho cozido e gordura de porco, e após cinco semanas desta agonia, seus fígados incham e atingem um tamanho 12 vezes maior que o normal. Neste estágio, os animais são mortos e seus fígados removidos para fazer o famoso patê, vendido a preços altíssimos.

Já na China existem mais de 20 mil ursos presos a fim de extrair a bílis de suas vesículas, considerado um elixir afrodisíaco. Em fazendas, os animais são deitados em minúsculas jaulas para impedir qualquer movimento e são colocados cateteres nas barrigas para sugar permanentemente a bílis. Os ursos urram de dor dia e noite, e ficam entre 15 a 20 anos nesse martírio. Com patas consideradas uma iguaria na preparação de sopas é normal que sejam amputadas. Os animais vivem deitados com os tubos dentro de si.

Em todo o mundo cerca de 500 milhões de pequenos animais são sacrificados por ano em experiências macabras nos laboratórios das indústrias farmacêuticas e de cosméticos. As cobaias vivas sofrem todo tipo de testes na pele e na vista, para que um produto ‘dermatologicamente testado’ chegue ao mercado. Nos EUA, uma experiência consistiu em alimentar cães da raça Beagle com pesticidas e expô-los a radioatividade até a morte, sangrando pela boca e pelo ânus. Enquanto isto, os psicólogos analisavam o estado emocional perante a dor e ao medo.

Outro teste consistia em colocar uma macaca com seu filhote nos braços sobre uma chapa escaldante, para saber se o animal usaria seu filho para se salvar ou não; invariavelmente a macaca se sacrificava pelo filho, diferentemente de muitas mães que jogam seus filhos pelas janelas dos apartamentos ou em uma lata de lixo.

Na Coréia existem sopas de cães e gatos, com o detalhe de que os bichos devem ser fervidos vivos, para dar o sabor ideal. As panelas costumam ter presilhas para impedir que os desesperados animais fujam durante a fabricação das sopas. Aliás, os asiáticos acreditam que os animais devem sofrer muito antes de morrer, pois assim eles produzem uma quantidade de adrenalina que torna sua carne mais suculenta.

Certa vez, vimos na TV uma especialista em comida japonesa da cidade de Bastos, interior de SP, explicar que para um bom ‘sashimi’ de carpa, o peixe tem que ser cortado vivo em fatias finas por uma questão se sabor.

Encerramos esta segunda parte com uma citação de Pitágoras: “Enquanto o homem continuar a ser o destruidor impiedoso dos animais, não conhecerá nem a saúde nem a paz, pois quem semeia a morte e a dor não pode por efeito, recolher alegria e amor”!

*Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Tumba do Apóstolo. Saiba mais em www.facebook.com/celio.pezza