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Polí­tica

Foto: Divulgação

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pode antecipar para os próximos meses a divulgação de novos indicadores que envolvem o cálculo da taxa oficial de desemprego, com a ampliação dos dados sobre trabalhadores subocupados no Brasil. Foi o que garantiu o presidente do instituto, Paulo Rabello, ao presidente do PSDB/TO, senador Ataídes Oliveira, nesta terça-feira (9). Na audiência, durante intervalo da votação do impeachment, em Brasília, Rabello confirmou que a ampliação dos indicadores dará um cenário mais real sobre o número de brasileiros que estão de fato fora do mercado de trabalho. O senador tocantinense vem alertando há mais de um ano que esse número é na verdade bem maior do que o revelado pelo índice oficial, que ficou em 11,3% no segundo trimestre.

“Não há dúvida de que a metodologia oficial subestima o número de desocupados no Brasil, não incluindo, por exemplo, trabalhadores que conseguem apenas ‘bicos’ eventuais ou até mesmo quem recebe seguro-desemprego”, ponderou Ataídes. Rabello concordou com os argumentos do senador de que a falta de clareza nos dados sobre o desemprego prejudica o desenvolvimento de políticas públicas adequadas para enfrentar o maior desafio do governo Temer.

Novos indicadores

A divulgação de novos indicadores sobre mão de obra subutilizada no Brasil já havia sido anunciada no último mês de julho em audiência pública promovida por Ataídes Oliveira na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA) do Senado, com representantes do IBGE, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério do Trabalho. 

Hoje a Pnad contínua, realizada pelo IBGE, considera desempregado apenas quem não tem qualquer tipo de trabalho – mesmo eventual - e procurou formalmente uma ocupação nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados. A nova metodologia incluirá outros indicadores, como pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e força de trabalho potencial.

“Pior do que ter números ruins é não poder acreditar neles; maquiar números virou rotina no governo PT”, frisou o senador tocantinense, que calcula em mais de 23 milhões o real número de desempregados hoje no Brasil. A antecipação da mudança de metodologia é fundamental, segundo ele, para que “a fatura do aumento do desemprego, que certamente virá com os ajustes da taxa oficial, não recaia sobre o governo Temer, mas sim sobre os verdadeiros responsáveis, que foram os dirigentes petistas”.

Paulo Rabello sugeriu ao senador Ataídes Oliveira a criação de uma frente parlamentar mista de geografia, estatística e meio ambiente, proposta que foi prontamente acatada pelo presidente do PSDB/TO.