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As barraginhas são usadas para regar as plantações e auxiliar na manutenção dos animais

As barraginhas são usadas para regar as plantações e auxiliar na manutenção dos animais Foto: Fernando Alves

Foto: Fernando Alves As barraginhas são usadas para regar as plantações e auxiliar na manutenção dos animais As barraginhas são usadas para regar as plantações e auxiliar na manutenção dos animais

Os tratores que realizam a construção das pequenas bacias que represam a água da chuva, do projeto Barraginhas, chegam ao município de Porto Alegre do Tocantins para a execução de 200 represas no dia 1º de abril. O projeto é realizado pelo Governo do Tocantins, via Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural (Ruraltins). 

A represa é planejada com o objetivo de evitar que a chuva cause erosão e leve a terra para o leito dos rios, ocasionando o assoreamento. Com a barraginha, a água da chuva é retida e infiltra na terra, propiciando a revitalização dos rios e dos córregos. 

Assim como nos demais municípios da região sudeste, a ação atenderá cerca de 70 famílias. “Estamos em Dianópolis, onde estão sendo construídas 200 bacias, e de lá seguiremos para Porto Alegre do Tocantins. O nosso cronograma está sendo executado dentro do prazo estabelecido e vamos chegar ao 12º município”, ressaltou o diretor de Planejamento e Recursos Hídricos, Aldo Azevedo. Até o momento, segundo dados fornecidos pelo diretor, foram construídas aproximadamente 2.300 barraginhas. 

O projeto Barraginhas iniciou em abril de 2016. Em menos de um ano a ação passou por onze cidades tocantinenenses: Taguatinga, Ponte Alta do Bom Jesus, Taipas, Arraias, Novo Alegre, Combinado, Lavandeira, Aurora do Tocantins, Novo Jardim, Rio da Conceição e Dianopólis. No total o projeto vai atender 18 municípios, todos localizados na região sudeste do Estado. 

Projeto 

Após estarem em pleno funcionamento, as barraginhas são usadas para regar as plantações e auxiliar na manutenção dos animais que são criados. “É uma proposta integrada, por promover a sustentabilidade, devido ao impacto ambiental ser baixíssimo, além de ser uma ferramenta de revitalização dos rios e dos córregos, e é um instrumento para os produtores rurais na sua subsistência”, explicou a secretária de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Meire Carreira. 

A ação, segundo Meire, é uma das metas do Governo do Estado para atenuar a seca da região sudeste. “O investimento é de aproximadamente R$ 2 milhões, por meio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos, e serão construídas 3.564 barraginhas no total”, informou. 

O projeto atende também os parâmetros da Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015, agora chamada Agenda 2030, que engloba um conjunto de programas, ações e diretrizes que orientarão os trabalhos das Nações Unidas e de seus países membros rumo ao desenvolvimento sustentável. 

Esperança

O pequeno produtor rural do município de Taguatingua, João Pereira Souza, morador do local há 15 anos, ressaltou que antes não tinha nenhuma esperança de garantir o plantio para o futuro e nem para a criação do gado, devido à falta de água. “Agora, podemos plantar sem medo. Agradeço primeiro a Deus e, em segundo, ao Governo, que olhou para nós aqui no assentamento. Com as chuvas, estamos fartos, pois as barraginhas guardaram a água e podemos plantar e criar os animais”, declarou. 

Outro beneficiário da cidade de Rio da Conceição, Miguel Barbosa Macedo contou que, por volta do final de agosto e início de setembro, a água já começa a faltar. “Agora, com elas [as barraginhas], vai ajudar muito, vamos ter água para molhar as hortas e para os animais”, afirmou. Antes, segundo o agricultor, para manter a criação era necessário andar muito para conseguir água. “Sabemos que vamos ter água. Sem isso, não podemos fazer nada”, finalizou.