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Campo

O Rally da Safra 2018, principal expedição técnica privada para monitoramento da safra de grãos no Brasil, vai a campo a partir do dia 15 de janeiro em um cenário de aumento de 1,1 milhão de hectares da área plantada de soja.  A expectativa é que a área total alcance 35 milhões de hectares, com estimativa pré-Rally de produzir 114,1 milhões de toneladas de soja, volume semelhante à safra passada.

“O aumento de área de soja deverá ocorrer preponderantemente sobre lavouras de milho, em razão da redução expressiva na rentabilidade do grão. Serão cerca de 800 mil hectares provenientes de áreas maduras localizadas no Sul – com alto potencial de produção de soja – e no Sudeste do Brasil, onde o milho verão tem maior presença. De forma secundária, teremos ainda a contribuição de áreas de pastagem e de cerrado para esse crescimento”, explica André Pessoa, sócio diretor da Agroconsult e coordenador geral do Rally da Safra.

A produtividade de soja, embora 3,5% inferior à safra passada, poderá ser a segunda maior da história, atingindo 54 sacas por hectare. Em 2016/17, a produtividade foi de 56 sacas por hectare.

A implantação das lavouras na safra 2017/18 foi considerada muito boa pelo coordenador do Rally. “As primeiras chuvas, na época do plantio, tiveram ligeiro atraso, mas os produtores aguardaram as condições ideais para plantio. Tivemos chuvas regulares em praticamente todas as regiões produtoras. Alguns pequenos desvios ocorreram na metade Sul do Rio Grande do Sul, que registrou falta de chuvas pouco antes do plantio; nebulosidade excessiva no início do desenvolvimento das lavouras no Paraná e atraso das chuvas no Sudoeste de Goiás. Porém, esses episódios foram contornados durante a evolução das plantas”, diz Pessoa.

De acordo com o coordenador do Rally, a principal preocupação agora é a previsão de chuvas intensas daqui para frente. Os mapas climáticos dos próximos meses não são animadores, ao contrário do ano passado quando a safra começou e terminou bem. O clima muito chuvoso pode prejudicar o manejo de doenças, principalmente a ferrugem, interferindo na produtividade nessa fase final. “Outra questão importante, relacionada ao excesso de umidade, é a pouca luminosidade, importante para definir peso final de grãos”, esclarece.

O eventual clima muito chuvoso poderá interferir também no processo de plantio de safrinha – tanto de milho, quanto de algodão – atrasando ou até inviabilizando o plantio, em casos extremos. “Essas dúvidas ainda não permitem dizer quão grande será a safra. O mais provável é termos uma safra muito parecida com do ano passado e isso veremos em campo”.

Milho 

Considerando as produtividades dentro de uma linha de tendência, o milho segunda safra deverá alcançar uma produção de 65,6 milhões de toneladas, com queda de 4% sobre a safra passada (68,3 milhões de toneladas). “O calendário ideal de plantio para milho de alta produtividade é até 20 de fevereiro. Após essa data, teremos uma queda no nível da tecnologia e, possivelmente, nas produtividades”, avalia Pessoa. Segundo projeções da Agroconsult, embora a safra de soja seja semelhante à passada, a safra total de grãos deverá diminuir, por conta da possível redução na produção de milho. Com isso, a safra de grãos deverá atingir 231 milhões de toneladas, contra 241 milhões de toneladas em 2016/17.

Roteiro

Nesta 15ª edição do Rally serão 12 equipes em campo, das quais nove avaliarão as lavouras de soja até o mês de março. Outras três vão a campo entre maio e junho para verificar as áreas de milho segunda safra. O levantamento acontecerá em 500 municípios nos 13 principais estados produtores que correspondem a 95% da área de soja e 72% da área de milho: Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins. Os técnicos avaliarão as condições das lavouras, população de plantas, peso médio de grãos, incidência de pragas, doenças e ervas daninhas, características físicas e nutricionais da soja, cobertura do solo, levantamento da participação de transgênicos, entre outros aspectos.

A expedição fará dez eventos regionais – com objetivo de divulgar dados da safra e apresentar cenários de mercado - e 30 cafés com produtores - para levantar expectativas sobre a safra da região e debater temas importantes para o setor. Diversas entrevistas com produtores e técnicos ao longo do percurso serão realizadas para validar as informações coletadas a campo. A expedição estima percorrer um total de 95 mil quilômetros neste ano, com aproximadamente 1500 lavouras amostradas e 3.000 produtores contatados.

Os trabalhos em campo da Equipe 1 terão início no dia 15 de janeiro em Sinop/MT. Os técnicos percorrerão o Médio-Norte e Oeste do Mato Grosso até 20 de janeiro, coletando informações da soja de ciclo precoce.

A Equipe 2 irá às regiões Norte e Oeste do Paraná entre 22 e 24 de janeiro. Depois seguirá para o Mato Grosso do Sul cobrindo toda a região Sul até chegar a Campo Grande/MS, finalizando a etapa no dia 27 de janeiro.

De 29 a 31 de janeiro, a Equipe 3 estará em Goiás para fazer o levantamento no Sudoeste do Estado. A mesma equipe retornará ao Mato Grosso para analisar as lavouras na região Sudeste do Estado.

Os técnicos da Equipe 4 permanecerão no Mato Grosso retornando às regiões do Médio-Norte (Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso) e Oeste (Campo Novo do Parecis, Sapezal), agora avaliando as lavouras de ciclo médio/tardio.

Na sequência, a Equipe 5 seguirá para o Nordeste do Mato Grosso, finalizando o levantamento de soja no Estado.

Depois a Equipe 6 estará em Goiás e Minas Gerais entre os dias 5 e 9 de março. A Equipe 7 avaliará regiões de São Paulo e, na sequência, Paraná e Santa Catarina. A expedição permanecerá no Sul até o dia 15 de março com a Equipe 8 visitando áreas no Oeste de Santa Catarina e nas regiões do Planalto e Missões do Rio Grande do Sul.

A Equipe 9 finalizará essa etapa com foco nas avaliações de soja no Nordeste e Norte do Brasil, nas regiões do Oeste da Bahia, Sul do Piauí, Maranhão e Tocantins.

Nesta edição, outras três equipes avaliarão o milho segunda safra entre os dias 14 de maio e 8 de junho no Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Organizado pela Agroconsult, o Rally da Safra 2018 chega à 15ª edição com patrocínio do Banco Santander, FMC, Monsanto, VLi, Amarok / Volkswagen, com apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Fundação Agrisus e WebMotors.

O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo site www.rallydasafra.com.br, com informações atualizadas diariamente no www.twitter.com/RallydaSafrae e www.facebook.com.br/RallydaSafra.