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Campo

Foto: Lúcia Brito

A piscicultura na região sudeste do Estado está sendo praticada em 13 municípios, com uma produção anual de 9.621 toneladas, perfazendo um total de 1.308 hectares de lâmina d´água, movimentando no ano de 2017 mais R$ 97 milhões (R$ 97.606.614,12 ).

Os dados são do Censo da Piscicultura realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), em parceria com as Secretarias Estadual do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden), da Agricultura e Pecuária (Seagro) e Embrapa Pesca e Aquicultura. 

O levantamento foi apresentado pelo gerente de Pesca e Aquicultura do Ruraltins, Andrey Costa, no Dia de Campo da Piscicultura, realizado na sexta-feira, 13, dentro da programação da Feira Agrotecnológica de Almas (Agroalmas). 

De acordo com a pesquisa foram Identificadas 259 propriedades com possibilidades de pisciculturas e aplicados 112 questionários em propriedades que realmente possuem a piscicultura como uma atividade. O estudo mostrou ainda que as espécies de peixes mais cultivadas são: tambaqui (51%), redondos ( tambacu, pirapitinga, dentre outros) com 27%, surubim/pintado (13%), seguidas das espécies matrinxã/piabanha (3,5%), piau (2,6%),curimbatã (0,44%), caranha (0,17%), pirarucu (0,15%) e a tilápia (0,06%) que compõem a produção total da região. 

A pesquisa apontou que toda a produção é desenvolvida em viveiros escavados, barragens, açudes e tanques rede, sendo 54% destinados à comercialização e o restante da produção é direcionado à subsistência e as atividades de lazer. Os municípios de Taguatinga, Almas e Paranã concentram a maioria das pisciculturas, com 77 produtores no total.

O Censo da Piscicultura na região sudeste mostrou ainda que dentre as principais dificuldades encontradas, os piscicultores destacaram o custo da ração, o licenciamento ambiental, assistência técnica, acesso ao crédito, alcance ao frigorífico, alternativas de comercialização, condição e conservação das estradas, curso de capacitação, valor de venda do pescado, mão de obra qualificada e acesso a equipamentos para a piscicultura.

“O que a gente percebe com esse levantamento é que a região sudeste vem se configurando como o maior polo de produção de pescado do estado. Esses dados são fundamentais para quem está iniciando a criação e deseja investir ainda mais na produção, além de serviram de subsídios para elaboração do Plano de Desenvolvimento da Piscicultura do Tocantins, plano esse que tem como objetivo alavancar o crescimento da atividade no estado colocando-o entre os cinco maiores produtores de pescado do Brasil, em dez anos, e o censo marca o início dessa estratégia de fortalecimento do setor,” avaliou Andrey Costa, complementando que  o Tocantins, hoje, em se tratando de produção, ocupa o 15º lugar no ranking nacional.

Estratégias

Todo levantamento para saber onde estão às pisciculturas foram feitos por meio de imagens de satélite, disponibilizadas pela Embrapa, via cadastro feito pelo Ruraltins, nos municípios. Até o momento já foram visitadas mais de 1.300 propriedades e aplicados, aproximadamente, 500 questionários, sendo concluído o censo nas regiões sul, sudeste e parte da região central. Os extensionistas percorrem as demais regiões, como Norte (49 municípios) e a conclusão da região Central (59 municípios), tendo como meta encerrar as aplicações dos 1.500 questionários e visitas às 2.500 propriedades, até o final de abril, com tabulação dos dados, para a apresentação do resultado final,  na  Agrotins, que acontecerá entre os dias 08 a 12 de maio, em Palmas.

Dia de Campo

O dia de campo sobre piscicultura, além da divulgação dos resultados do censo na região sudeste, foi marcado também pela parte prática ocorrida no espaço do Frigorífico Piracema, situado próximo a cidade de Almas, reunindo mais de 200 pessoas entre produtores rurais, técnicos e estudantes.

No encontro os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as instalações do empreendimento e todas as etapas de produção que envolvem a cadeia da piscicultura como: alevinos (certificação, transporte e povoamento), com explanação do médico veterinário, Mário Mesquita, da Aquicultura Fazenda São Paulo e Luciana  Shiotsuki,  Zootecnista, Embrapa Pesca e Aquicultura; manejo alimentar e nutrição, com Alberto P. Damasceno Filho,  Zootecnista, gerente da Socil Nutrição Animal, no Tocantins;  frigorífico e agregação de valor, apresentado por Valteir Rosa Valadare,  Engenheiro de  Alimentos, Pescados Piracema; e despesca e insensibilização, com explanações dos médicos veterinários, Patrícia Chicrala e Leandro Kanamaru, da Embrapa Pesca e Aquicultura.

O agricultor Jairo Alves, ressaltou que atividades como essa são muito importantes para  acesso a novos processos de produção. “A coisa mais importante aqui é a divulgação de novas tecnologias, alternativas de produção, como também  o entrosamento com as assessorias técnicas, tanto do Ruraltins quanto da Embrapa, e empresas privadas. Sabemos que todos têm muita coisa para nos ensinar, e precisamos do conhecimento deles para crescer e melhorar o rendimento nas propriedades”, frisou.

As atividades prosseguiram ainda, no Colégio Agrícola de Almas, com palestras sobre o Censo da piscicultura/dados prévios da região sudeste do Tocantins, ministrada pelo gerente de Pesca e Aquicultura do Ruraltins, Andrey Conta,  e a Inserção da tilápia na piscicultura tocantinense, com palestra de Ricardo Neukirchner, Engenheiro Agrônomo da Aquabel na América Latina.

Agroalmas

A Agroalmas 2018 é uma realização do Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agricultura e da Pecuária (Seagro), bem como da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Banco da Amazônia, Serviço de Apoio as Pequenas e Micro Empresas (Sebrae), da Prefeitura Municipal de Almas, Colégio Agrícola de Almas e Fazenda Galiléia, com o apoio de parceiros e instituições privadas.