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Opinião

Nicolaos Theodorakis é fundador e CEO da Noah

Nicolaos Theodorakis é fundador e CEO da Noah Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Nicolaos Theodorakis é fundador e CEO da Noah Nicolaos Theodorakis é fundador e CEO da Noah

O conceito ESG chegou para ficar no ambiente corporativo. Em alta desde 2020, a agenda ESG, sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança, tornou-se essencial e um pré-requisito na percepção de valor da empresa. Isto é, não basta mais demonstrar apenas um excelente crescimento financeiro, mas sim desenvolver soluções inovadores, sustentáveis, sociais e éticas. Afinal, de acordo com uma pesquisa realizada pela Bloomberg, a agenda ESG deve atrair US$ 53 trilhões em investimentos em 2025.

Dessa forma, executivos e investidores brasileiros já estão se movimentando e repensando seus negócios, afinal o aumento significativo da conscientização e as mudanças comportamentais da sociedade passou a se refletir diretamente no ambiente corporativo, exigindo mudanças nas instituições, a exemplo da inclusão social como ferramenta de transformação. Nesse sentido, não é segredo para ninguém que o conceito ESG representa o futuro das empresas brasileiras, ao passo que fomenta um ambiente de trabalho menos desigual e mais verde.

Além disso, quando falamos em Diversidade e Inclusão (D&I), por exemplo, vemos o quanto esta prática por si só fortalece cada uma das três siglas do ESG. Isto é, quanto às práticas ambientais, um time diversificado contribui na compreensão do contexto ambiental no qual cada um dos clientes está inserido. Uma vez que os colaboradores terão vindo de diversas áreas, comunidades e culturas que podem ser ou até mesmo terem características semelhantes às dos clientes da organização e, com isso, desenvolverão soluções alinhadas e personalizadas estrategicamente com as questões e desafios ambientais vivenciados diariamente pelos próprios consumidores.

Com relação aos aspectos sociais, uma equipe diversa auxilia no apontamento das necessidades de pessoas de diferentes perfis, que podem ser supridas pelo negócio, a exemplo da diversidade racial, de gênero e orientação sexual. Além disso, no ambiente interno há uma melhor adaptação quanto a estrutura física para facilitar a acessibilidade para pessoas com deficiência e a personalização das áreas conforme o perfil de cada colaborador, tornando a rotina corporativa representativa e acolhedora.

E, por último, referente às práticas de governança, uma equipe diversa orienta a organização, sobretudo, ao gerar oportunidades e remunerações igualitárias. Lembrando que este processo começa a partir de um recrutamento e seleção inclusivo, que além de observar habilidades e competências dos candidatos, atenta-se a fatores como raça, contexto social e gênero.

Segundo a pesquisa “Diversidade, equidade e inclusão nas organizações”, publicada pela Deloitte, 81% das empresas possuem grupos de afinidade para reforçar temas de diversidade. Ademais, 41% possuem indicadores para mensurar a efetividade das ações inclusivas e 35% têm metas relacionadas à diversidade. Mas, afinal, como aprimorar estratégias de D&I?

Invista em flexibilidade, promoções internas para que as lideranças sejam representadas por diferentes perfis, independentemente de raça, gênero ou classe social, valorização e reconhecimento a partir de prêmios, benefícios, palestras internas etc.

De fato, os efeitos produzidos pela cultura da diversidade e inclusão são cumulativos e sustentáveis, com benefícios positivos na visibilidade, valuation e reputação. Mas, não podemos esquecer que este processo é contínuo, portanto, acompanhar e mensurar todas as iniciativas a partir de KPIs (indicadores-chave de desempenho) é fundamental. Executivos e investidores tenham em mente que implementar políticas inclusivas deixou de ser opcional!

*Nicolaos Theodorakis é fundador e CEO da Noah, startup que oferece soluções tecnológicas para a construção civil com estruturas em madeira.