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Polí­tica

Foto: Reprodução Câmara de Palmas

Foto: Reprodução Câmara de Palmas

As discussões na sessão matutina da Câmara de Palmas, desta terça-feira, 12, girou em torno das atrações do Festival Gastronômico de Taquaruçu (17ª FGT), mais precisamente relacionadas ao show de Manu Bahtidão, artista que subiu ao palco no evento após o cancelamento da participação da cantora Ana Carolina. O valor investido e o destaque dado aos artistas regionais também foram ápices. 

Depois de ouvir que o show de Manu Bahtidão foi inadequado, Major Negreiros (PSDB), morador de Taquaruçu, defendeu a programação e o evento. De acordo com ele, a prefeita Cinthia Ribeiro se fez presente nos cinco dias de festa, e não se pode fazer um manual para apresentação artística. "A Manu é uma artista que atrai as pessoas, atrai o público. Nós não podemos escrever um manual de como os artistas têm que se apresentar em cima do palco", frisou. 

O parlamentar disse ter participado e que não viu nada comprometedor. "Eu estava lá e não vi nenhum ato de palavra escandalosa que pudesse desmecerer a grandeza do Festival. Foi uma apresentação maravilhosa, muito solícita com os fãs (a cantora). A estrutura de camarim que estava para atender os artistas nacionais era a mesma que estava para atendimento aos artistas locais", completou. 

"Cada show tem o seu público", defendeu o vereador. No dia da apresentação da Manu foram mais de R$ 300 mil arrecadados, segundo Negreiros. "Porque o povo vai e consome. Não adianta a gente colocar o artista que não atrai as pessoas porque vai ser um fracasso. Já aconteceu em outras épocas. Pergunte ao Marcos Ruas, ao Genésio, aos outros artistas locais que estavam presentes se eles não estão satisfeitos", indagou. Ruas e Genésio são regionais e foram contratados para o FGT. 

Para o vereador, foi a melhor edição de todos os tempos, e não se pode jogar água no trabalho das pessoas. "Vi o quanto todo mundo estava trabalhando para ser um sucesso e foi. [...] Não custa nada vir aqui nessa tribuna e dizer: prefeita, parabéns! Isso é um gesto de grandeza dos nobres adversários e admitir que o festival foi um sucesso. Agora, você subir nessa tribuna e dizer que não foi um sucesso?! O que a gente fala aqui corre o mundo e muitas vezes a gente desqualifica o festival, sendo que foi um sucesso. Não custa nada admitir que foi um sucesso, que foi bem organizado. Isso melhora a nossa cidade, engrandece o nosso povo. Não tivemos uma ocorrência (policial) sequer", desabafou. 

Outros parlamentares concordaram com Negreiros. 

Entenda 

Tudo começou quando Laudecy Coimbra (SD), parlamentar de oposição, levantou críticas, afirmando ter sido procurada por mães e pais de família para pedir posicionamento. A vereadora concorda que o FGT é um evento importante e de sucesso, mas disse que as músicas da cantora Manu são "totalmente depreciativas".

Segundo Laudecy, acontece uma inversão dos valores. Ela citou ação da artista de pegar toalha, passar nas partes íntimas e jogar para a plateia. A parlamentar afirmou que esse tipo de show imbeciliza e reforça a cultura depreciativa, sobretudo da mulher. 

De acordo com a vereadora, foi "incompetência da gestão" anunciar o show da artista Ana Carolina, cancelar, e de última hora contratar a Manu Bahtidão e por valor "muito acima do preço".

O vereador Joatan (Cidadania) concordou e chegou a dizer que a gestão Cinthia Ribeiro está perdida, "está desnorteada". "Tem que ver que quem participa não são só pessoas adultas. Participam crianças, participam adolescentes. Mas isto é reflexo da incopetência e da falta de planejamento administrativo da gestão da senhora prefeita Cinthia Ribeiro", disse. 

Apesar da crítica, o show de Manu foi dos que mais atraiu público ao FGT, de acordo com afirmações da gestão de Palmas. 

O valor gasto com os artistas locais também foi alvo de questionamento. Segundo Coimbra, houve supervalorização dos de fora. "A prefeita gasta quase R$ 250 mil para trazer chefes de cozinha, para fazer um prato cada um", criticou. 

Rubens Uchôa (União) também concordou com Laudecy. Ele disse que realmente os artistas da terra poderiam ter tido mais oportunidade. "O único (recurso) que vai ficar no nosso município é do artista que vai ficar aqui", afirmou. Segundo ele, apenas 11,39% do valor de R$ 1.354,300 milhão investidos foram para os artistas palmenses.