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Opinião

Luiz Carlos Borges da Silveira é médico e ex-ministro da Saúde.

Luiz Carlos Borges da Silveira é médico e ex-ministro da Saúde. Foto: Arquivo/Conexão Tocantins

Foto: Arquivo/Conexão Tocantins Luiz Carlos Borges da Silveira é médico e ex-ministro da Saúde. Luiz Carlos Borges da Silveira é médico e ex-ministro da Saúde.

O agronegócio brasileiro fechou 2023 com superávit acumulado de US$ 148,58 bilhões - crescimento de 4,9% em relação ao ano anterior. As exportações do setor somaram US$ 165,05 bilhões, e as importações, US$ 16,47 bilhões.  Os números são elevados e para melhor compreensão acabam mensurados em dólares. Esses dados do Ipea são apenas pequena mostra do que realmente é este segmento da nossa economia. De longe o mais importante da produção brasileira com enorme peso na balança comercial do país e no fornecimentos global de alimentos. É um gigante.

Pesquisadores do Cepea/CNA indicam que, com base no desempenho de 2023, o PIB do setor pode alcançar RS 2,62 trilhões, o que corresponde a 24,1% do PIB nacional, ou seja, praticamente um quarto de toda a riqueza produzida no país.

E convém lembrar que para desempenhar seu papel, o agronegócio precisa de cinco setores essenciais: insumos, produção, processamento e transformação, distribuição e consumo, e serviços de apoio. Esses, englobam atividades das mais variadas  empresas, como fabricantes de defensivos agrícolas, desenvolvimento de sementes, fabricantes de máquinas e equipamentos rurais, produtoras e fábricas de alimento animal, empresas de laticínios, moinhos, armazéns e silos, atacadistas, distribuidores, exportadores, entre outros. Portanto, é um sólida cadeia produtiva que gera emprego e renda, ancorada pelo agro.

E descarbonização, no agro não é novidade. Já nos anos 1970 o desenvolvimento e a adoção de tecnologias no campo era uma constante em todo o Brasil. Como resultado, foi registrado importante aumento da produção agropecuária, decorrente do aumento da produtividade (produção por área) e não exclusivamente do aumento da área plantada. Importante salientar que muitas dessas tecnologias buscam mais do que a eficiência, buscam a sustentabilidade. De acordo com, uma fonte do setor, exemplos do passado e ações do presente mostram a preocupação da agricultura brasileira com a preservação e a produção sustentável. A Embrapa e outros institutos estaduais de pesquisas têm importante papel no desenvolvimento destas tecnologias, e hoje trabalham fortemente pela agricultura de baixo carbono.

Paralelamente, uma atividade que nada tem a ver com produção agropecuária é indiretamente incentivada: o turismo rural, que decorre das políticas de sustentabilidade, preservação e cuidados com o meio ambiente.

Como se vê, agronegócio não é apenas proteínas...

Todavia, por entender que a maioria dos brasileiros não tem a exata noção do que o agro representa no PIB nacional, o peso que exerce na balança comercial e a pujança que tem no contexto da alimentação mundial, o setor está se movimentando para transformar o agronegócio brasileiro em concreto motivo de orgulho nacional. A iniciativa é da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), denominada Projeto Marca Agronegócio.

Segundo o presidente da entidade e coordenador do projeto, Ricardo Nicodemos, o objetivo é tornar o agro uma forte marca cultural nacional semelhante ao futebol e ao carnaval, que facilmente identificam o Brasil. Para ele, 'o agro precisa virar uma paixão nacional'...

Entendo como muito válida a iniciativa. E que seja a campanha desenvolvida com ênfase na divulgação e propaganda no exterior, ressaltando a importância do agro na produção de alimentos e do Brasil em especial como destacado exportador de proteínas. O Insper, instituto dedicado ao ensino e pesquisa, publicou que a importância relativa do Brasil no comércio internacional de produtos do agronegócio cresceu em grande velocidade, atingindo 8,4% de representatividade sobre o total global em 2022, o que garantiu ao país a terceira colocação entre os maiores exportadores do setor, posição que deverá ser ampliada em 2023 - os números consolidados serão conhecidos brevemente.

Então, seguindo o espírito do projeto, concluo lembrando que faz tempo que o agronegócio dá samba, protagoniza os melhores desfiles na passarela dos verdes campos, é nota 10 em todos os quesitos da produção, faz gol de placa, ganha invictos campeonatos e levanta a taça todo ano.

Agora, precisa levantar a torcida...

*Luiz Carlos Borges da Silveira é médico, ex-ministro da Saúde, ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado do Tocantins e ex-secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Emprego do Município de Palmas-TO.