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A ferrovia de Carajás, no sudeste do Pará, poderá ser invadida e ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) até quinta-feira, 10, segundo avaliação das lideranças da entidade. Isso, porém, dependerá da mobilização dos agricultores sem terra e assentados na região de Parauapebas, Eldorado dos Carajás e Marabá, no sudeste do Pará. Dez caminhões estão sendo usados no transporte dos trabalhadores, recrutados também nos estados do Tocantins e Maranhão. A base do MST é no assentamento Palmares II, em Eldorado dos Carajás.

A previsão é de reunir 4 mil manifestantes para marcar, com o fechamento da ferrovia, os doze anos do massacre de Eldorado dos Carajás. No conflito, 19 sem terra foram mortos por 150 policiais militares do Pará. Outros 69 saíram feridos durante a ação da PM, no dia 17 de abril de 1996, para desocupação da rodovia PA-150. Até esta terça-feira, 8, já havia 1.200 trabalhadores e suas famílias acampados a cem metros da ferrovia.

A Vale, empresa que administra a ferrovia, obteve liminar da Justiça Federal para impedir a invasão, mas nem a decisão judicial inibiu a disposição do movimento, que conta com o apoio do presidente nacional do MST, João Pedro Stédile, e do senador paraense pelo PSOL, José Nery. A PM do Pará deslocou nesta terça-feira, 8, de Belém para Parauapebas 100 homens do Batalhão de Missões Especiais, que deverá ficar de prontidão naquela cidade.

Pela ferrovia de Carajás, que liga o Pará ao porto de Itaqui, no Maranhão, são transportados anualmente 55 milhões de toneladas de minério de ferro e 730 mil passageiros.

Fonte: Agência Estado