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Polí­tica

Foto: Divulgação

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Até alguns anos atrás, no período eleitoral, as ruas das cidades se enchiam de placas, faixas e santinhos de candidatos procurando os votos dos eleitores. Do lado de fora das casas, os muros levavam as cores e os nomes das mais diversas legendas para chamar a atenção do cidadão que por ali passava.

No entanto, já há alguns anos, a legislação eleitoral tem adotado uma postura mais rigorosa quanto à fiscalização da publicidade adotada pelos candidatos nas ruas das cidades. E isto tem refletido diretamente no cotidiano eleitoral dos moradores.

O que se pode perceber, é que, a cada eleição, o período de atuação das campanhas tem se tornado cada vez menores. Para o ano de 2010, por exemplo, os candidatos deixaram para dar seu sprint final na corrida eleitoral em setembro, nos últimos 30 dias que antecedem a votação, diferentemente do que se via nas eleições do inicio da década, por exemplo, onde a campanha era colocada nas ruas com maior antecedência.

Outro fator que contribui para a limpeza das ruas no período de campanha eleitoral é a maior fiscalização do Ministério Público sobre as peças publicitárias expostas pela cidade. Na tarde da última quinta-feira, 26, a Procuradoria Regional Eleitoral, juntamente com os advogados das duas coligações que disputam o governo do Tocantins, decidiram que as pinturas nos muros que contrariam a legislação eleitoral devem ser retiradas e firmaram parceria com entidades públicas para maior fiscalização das propagandas gráficas e sonoras.

É o caso, por exemplo dos carros de som. Com relação aos veículos equipados com auto-falantes que fazem ressoar os jingles dos candidatos nas ruas, o MP já havia optado por impor limite no volume do som, contribuindo para a redução da poluição sonora causada por eles.

O Ministério Público Federal publicou, para as eleições de 2010, uma cartilha educativa, elucidando os pontos de dúvida sobre o que pode e o que não pode fazer na campanha eleitoral. Um dos trechos do informativo, na página 56 (página 42 no arquivo em PDF que segue com a matéria), trata justamente da propaganda eleitoral.

Impacto nas campanhas e no eleitorado

Há cerca de 10 dias, o Conexão Tocantins já havia apurado que o eleitorado de Palmas tem percebido a falta de propagandas eleitorais nas ruas. Na ocasião, os eleitores entrevistados destacaram que acreditavam num crescimento publicitário a partir justamente do mês de setembro. Até o momento, de acordo com os entrevistados, a campanha está “quieta”.

Este “arrocho” da justiça eleitoral também impacta diretamente na forma dos candidatos fazerem suas campanhas.

O deputado estadual e candidato à reeleição, Marcelo Lelis (PV), por exemplo, afirmou que, com estas restrições da justiça eleitoral, os candidatos são obrigados a partir para a campanha corpo-a-corpo com o seu eleitorado. “eu tenho procurado me aproximar dos eleitores e aumentar o contato com eles”, completou.

Lelis, que é presidente regional do PV, partido conhecido por defender causas ambientais, também afirmou que este tipo de campanha traz benefícios para as cidades, pois diminui a sujeira deixada nas ruas pelos candidatos e a poluição sonora. “Eu acho que a campanha deve ter cada vez menos poluição sonora e mais projetos”, informou.

O candidato ainda afirmou que tem pautado sua campanha nas quatro letras “S”: “sola de sapato, suor e saliva”, conclui bem humorado.