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Economia

A indústria tocantinense fechou o segundo trimestre do ano com queda na produção e acúmulo nos estoques, conforme dados da Sondagem Industrial, pesquisa trimestral realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins – Fieto. A sondagem analisa o nível da atividade industrial por meio de índices como volume de produção, número de empregados e utilização da capacidade instalada. A publicação completa está disponível no site da Fieto www.fieto.com.br (link Pesquisas).

Os indicadores da pesquisa variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam crescimento. Os dados sobre a Evolução da Produção ficaram abaixo da linha dos 50 pontos, com apenas 40 pontos, o que representa uma queda de 13 pontos em relação ao trimestre anterior. O índice de utilização da capacidade instalada também teve queda acentuada, refletida pelo desaquecimento da produção. O percentual médio foi de 71 pontos, valor menor que o registrado no segundo trimestre de 2010 (76 pontos). A variável evolução do número de empregados apresentou queda, em menor proporção, de 2 pontos em relação ao trimestre anterior.

Outro índice que teve percentual elevado devido a queda da produção industrial foi o acúmulo dos estoques no período: 56 pontos. Mas embora tenha apresentado um aumento de 5 pontos se comparado ao trimestre anterior, os estoques mantiveram-se ajustados ao nível planejado, demonstrando assim que os empresários já esperavam um desaquecimento na economia.

Condição Financeira

A pesquisa avaliou também a evolução da condição financeira dos empresários através dos indicadores: lucro operacional, situação financeira e acesso ao crédito. A satisfação dos empresários com a margem de lucro operacional apresentou um aumento nesse trimestre, 56 pontos contra 52 no período anterior. Observa-se assim uma contradição entre a queda na atividade industrial e o aumento na satisfação dos empresários com o Lucro Operacional.

O índice de satisfação com a Situação Financeira registrou 63 pontos, um considerável aumento em relação ao trimestre passado, no qual foram registrados 58 pontos, demonstrando uma estabilidade nas finanças das empresas.

O acesso ao crédito continua difícil nesse trimestre. Ao registrar 36 pontos, foi observado uma queda de 5 pontos nesse indicador em relação ao trimestre anterior (41 pontos). A posição abaixo da linha dos 50 pontos aponta insatisfação dos empresários.

Principais Problemas

Outro apontamento da pesquisa é o levantamento dos principais problemas enfrentados pelos empresários industriais do Estado. Por ordem de citação, os seguintes itens foram elencados como os principais obstáculos para o desenvolvimento da indústria: elevada carga tributária (64,1%), competição acirrada do mercado (38,5%), falta de trabalhador qualificado (35,9%), inadimplência dos clientes (30,8%), alto custo da matéria prima (25,6%), falta de demanda (20,5%), taxas de juros elevadas (17,09%), falta de matéria prima (15,4%), distribuição do produto (12,8%), capacidade produtiva (12,8%), falta de capital de giro (12,8%), falta de financiamento a longo prazo (10,3%) e taxa de câmbio (0,0%).

A expectativa da indústria para os próximos seis meses foi um dos levantamentos da pesquisa. Para avaliar as perspectivas otimistas e pessimistas dos empresários, levou-se em conta a demanda por produtos, demanda por matéria prima, número de empregados e exportação. A expectativa do número de empregados (56 pontos) apresentou um recuo de 7 pontos em relação ao trimestre anterior (63 pontos). A expectativa de compras de matéria prima também apresentou um recuo de 5 pontos nesse período. Analisando a expectativa da demanda por seus produtos no trimestre passado, o índice alcançou 71 pontos recuando para 64 nesse trimestre, o que representa uma queda de 7 pontos. Mesmo em um período pouco favorável, os indicadores se mostraram acima da linha dos 50 pontos para os próximos seis meses.

ICEI

A pesquisa apura ainda o Índice de Confiança do Empresário Industrial – ICEI que mostra que a confiança dos empresários permanece apesar da queda na atividade industrial. Para a composição do ICEI, a confiança é medida de acordo com as expectativas dos empresários em relação à economia brasileira e com relação à empresa, levando em conta as condições atuais e a expectativa para os próximos seis meses.

Mesmo com os índices em queda no cenário industrial nesse trimestre, o ICEI permaneceu estável em comparação com o período anterior. Foram registrados 67,5 pontos e no trimestre passado 68,2. Os indicadores que apontam a expectativa do setor para os próximos seis meses mostram mais confiança dos empresários na própria empresa (67 pontos) do que na economia brasileira (61,8 pontos).

Para o chefe de gabinete da presidência do Sistema FIETO, José Roberto Fernandes, a confiança dos empresários estimula o crescimento para o próximo semestre. “A confiança é um olhar para o futuro. É muito importante que o empresário se mantenha otimista e continue investindo para o crescimento e fortalecimento da indústria”, avalia.

O universo da pesquisa contou com uma amostra de 39 indústrias (34 pequenas e 5 médias) em 20 municípios do Estado. A coleta de dados foi realizada no período de 30 de junho a 15 de julho de 2011 em empresas dos segmentos de alimentos, minerais não-metálicos, bebidas, borracha, metalurgia básica, indústrias extrativistas, máquinas e equipamentos, veículos automotores, química, têxteis e vestuário. (Ascom Fieto)