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Foto: Divulgação

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O Movimento pela Moralização e Democratização do Sisepe (MMDS), representado por Wiston Gomes, tornou público há alguns dias uma suposta farra de jetons e diárias dentro do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sisepe), em que dois membros regionais da instituição teriam recebido quase R$ 100 mil do sindicato só no ano passado.

Agora o MMDS denuncia valores pagos por combustível em determinados veículos que pertencem ao Sisepe. O caso mais impressionante, segundo o MMDS, é de uma moto CG Titan que em um único mês abasteceu exatos R$ 1.499,75.

Segundo o MMDS não é só o valor alto que chama a atenção: a CG Titan é uma moto popular, de baixo consumo e seu tanque de combustível tem capacidade máxima de 15 litros. Considerando o preço atual da gasolina, pouco mais de R$ 3,00 para completar o tanque da motocicleta seriam gastos em média R$ 50,00 e, segundo a própria montadora, o rendimento é de aproximadamente 25 km por litro. Ou seja, com os 15 litros a motocicleta deveria percorrer cerca de 375 km.

Um único abastecimento da motocicleta do Sisepe chegou a custar R$ 200,00 quatro vezes mais do que o valor comum. E os indícios de irregularidades, segundo o MMDS, não param por aí: no dia 7 de agosto do ano passado a moto teria abastecido R$ 139,00 e no dia seguinte, 8 de agosto, mais R$ 200,00. Os valores são totalmente desproporcionais e mostram claramente, segundo o MMDS, a farra de combustível dentro do Sisepe.

O MMDS ainda informa que, em abril de 2013, a mesma motocicleta abasteceu no dia 3 o valor de R$ 158,53. Dois dias depois, 5 de abril, abasteceu mais R$ 139,02. Já no dia 8 foram abastecidos R$ 160,00. No dia 13, R$ 144,30. No dia 17 foram R$ 147,02. Quase dez dias depois, 26 de abril, o valor do abastecimento foi de R$ 135,02. E no dia 29 foram R$ 116. No total, só no mês de abril a motocicleta gastou R$ 999,89, quase mil reais só de gasolina.

Membros do Conselho Fiscal do Sisepe, em reunião de diretoria, conforme consta em Atas, já questionaram esses valores, segundo o Movimento, mas o presidente do sindicato, Cleiton Pinheiro, argumentou que o cartão de abastecimento de um outro veículo teria apresentado problemas e, por isso, o cartão da moto foi usado abastecer o carro.

Esta situação, segundo o MMDS, vem se repetindo mês a mês e o cartão mencionado pelo presidente não apresenta problemas há vários meses, prova disso, segundo o movimento, é que o mesmo tem sido usado normalmente com cotas mensais de consumo superiores a R$ 3 mil. “O MMDS quer mostrar aos servidores públicos o que realmente tem acontecido dentro do Sisepe, porque essa farra de jetons, diárias e de combustível é paga com o dinheiro do servidor. E isso não é só imoral, é um desrespeito”, pontua Wiston Gomes, representante do Movimento.

Sisepe

O Sisepe informou ao Conexão Tocantins que o Sindicato utiliza os cartões de combustível para o abastecimento da frota de veículos, e todas as vezes que o cartão é utilizado, uma Nota Fiscal é emitida constando todas as informações, tais como, placa do veículo e a atividade a ser desenvolvida.

Ainda informou que o responsável atesta o serviço, deixando sua assinatura na Nota Fiscal, a data do abastecimento e o carimbo no qual está descrita a sua função no Sisepe-TO. Ao final de cada mês, as Notas Fiscais são enviadas à Gerência Administrativa e encaminhadas à Diretoria Financeira e à Presidência para autorização do pagamento. 

O Sindicato explicita que os gastos citados pelo MMDS são da regional norte de Àraguaína, sendo esta a responsável pelo atendimento a 48 cidades. Ainda segundo o Sisepe, nas datas mencionadas o diretor regional teria viajado amparado por convocações oficiais, para discutir situações como a implantação de Plano de Carreiras, pagamento de salários atrasados, data-base, adicional de insalubridade, quinquênios, reuniões com os servidores públicos e com os gestores, protocolo de documentos do Sindicato, dentre outras ações.

O Sindicato finaliza pontuando que a gestão financeira do Sisepe é fiscalizada pelo Conselho Fiscal e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e que os denunciantes não solicitaram oficialmente nenhuma das informações apresentadas. “Os autores da denúncia se furtaram a esse direito e não solicitaram oficialmente, nenhuma das informações apresentadas na acusação”, finaliza o sindicato.