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Polí­tica

Na primeira sessão ordinária após a renúncia do ex-governador Siqueira Campos e do ex-vice-governador João Oliveira (DEM) os deputados discutiram sobre a movimentação política do Estado e a expectativa para a eleição indireta.

Na tribuna o deputado estadual Marcelo Lelis, que já colocou seu nome para a disputa indireta, falou de seu Movimento por uma Alternativa de Mudança. “Vimos a desesperança do povo, sentimos na pele a situação das estradas. São rodovias sucateadas”, frisou ao fazer várias críticas com relação á situação do Estado.

Lelis disse que o povo está indignado com as renúncias. “ O que é impossível explicar é a renúncia antecipada do vice-governador”, disse questionando a motivação real da saída do vice. “Mais uma eleição indireta em pouco mais de quatro anos. Que empresário vai se arriscar de investir num Estado com tamanha instabilidade política?”, questionou.

O parlamentar disse que teve vontade de virar as costas para o atual processo político e não participar da eleição indireta. “ Mas ouvindo o povo decidimos ser a voz nesse processo. Minha voz, nossa voz não pode se calar diante de um fato tão grave como esse. A voz das ruas precisa ecoar nessa Assembleia pessoas que como eu não admitem esse golpe político”, afirmou. Segundo ele é preciso ecoar a indignação da população. “ Ninguém vai conseguir sufocar o grito entalado nas gargantas das ruas. Vamos á luta porque nosso Estado precisa de nós”, finalizou sendo aplaudido pelos presentes.

O deputado Amélio Cayres (SD) comentou o posicionamento de Lelis e acusou o parlamentar de fazer parte de indicações de diretores nas escolas quando era da base do governo. “Todas as indicações de Palmas era o Marcelo Lelis que fazia. Não vamos achar radicalmente que temos que condenar o que ele mesmo fazia”, acusou.

O deputado foi irônico sobre  a pretensão de Lelis de colocar o nome da indireta como forma de protesto. “Vamos protestar, mas que bela maneira de protestar, sendo governador, já pensou se todo mundo quisesse protestar sendo governador desse Estado...”, ironizou o parlamentar.

O oposicionista José Roberto Forzani (PT) também criticou a renúncia do ex-governador. Ele disse que o ex-governador não cumpriu nenhum dos 11 compromissos que fez na campanha e que a renuncia foi o coroamento do desastre que tem sido o atual governo. “Renunciou o governo sem cumprir nada, sai de uma maneira vexatória na expectativa de enganar e de dar um golpe no povo tocantinense achando que só tem trouxa e idiota nesse Estado. Num total desrespeito às pessoas, a todas as crianças e jovens desse Estado”, disse.

Ele mandou ainda um recado para o governador interino, Sandoval Cardoso. “Espero que Sandoval tenha mais hombridade que o João Oliveira e não faça papel de besta e de estepe desse governo. Nunca vi um espetáculo desse”, disse. O parlamentar disse que é um total descalabro isso que a base do governo tenta fazer. “ Governo Siqueira sai repudiado, rechaçado pelo desastre que foi esses três anos de governo”, frisou.

Sobre o ex-vice ele disse que nunca viu uma pessoa pública aceita ser humilhado e exposto ao ridículo. “João oliveira você é um bosta, um merda e você ter que renunciar antes de mim porque ninguém confia em você. Ele tem que vir a público dizer porque abriu mão de ser governador durante nove meses. Acho que ele deve ter vergonha de olhar no espelho”, criticou. O parlamentar pediu ainda que os aliados de Sandoval digam a ele para não ser capacho do Eduardo Siqueira Campos e do ex-governador.

Do PMDB, Josi Nunes também criticou a renúncia. “ os fundamentos da renúncia dos vice e governador são totalmente diferentes. A verdade é que os fundamentos que levaram á renuncia foi um golpe sim. Um golpe político. Uma ação oportunista para fazer valer e manter a oligarquia Siqueirista no Estado. Essa é a única justificativa e não existe outra”, acusou. Ela frisou que as renuncias foram legais do ponto de vista constitucional mas foram imorais. “Em menos de cinco anos esse parlamentar terá realizado duas eleições para eleger governador”, lembrou.

Segundo Josi, a sociedade não entende os motivos da renuncia. “Porque um vice renuncia antes do próprio governador? São muitos os porquês e poucas as respostas. Está claro que a renúncia foi para ficar claro beneficiamento familiar”, disse.