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Saúde

Medicamento contra hanseníase pode ser adquirido em qualquer unidade básica de saúde do Estado

Medicamento contra hanseníase pode ser adquirido em qualquer unidade básica de saúde do Estado Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Medicamento contra hanseníase pode ser adquirido em qualquer unidade básica de saúde do Estado Medicamento contra hanseníase pode ser adquirido em qualquer unidade básica de saúde do Estado

Em alusão ao Dia Estadual de Luta contra a Hanseníase, comemorado na sexta-feira, 28, a Secretaria de Estado da Saúde está orientando os municípios tocantinenses a intensificarem a busca ativa por casos novos, além de recomendar a avaliação dos contatos de portadores já diagnosticados com a doença.

Os municípios também foram orientados a realizar atividades educativas para ampliar o alcance das informações, como sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento para a população. O objetivo é aumentar o diagnóstico precoce e a quebra do ciclo de transmissão da doença. No Tocantins, 1.018 casos novos foram notificados em 2014. No ano passado, foram 867 casos novos. Em 2016, até 30 de setembro, já foram notificados 720 casos.

Segundo a fisioterapeuta Suen Oliveira Santos, responsável pela Área de Assessoramento da Hanseníase no Estado, “a população ainda carece de mais informação sobre a doença. Algumas pessoas acham que a mancha é inofensiva, pois não incomoda, não coça e por isso não dão a devida importância, demorando a procurar auxílio médico retardando o diagnóstico. A hanseníase é uma doença silenciosa que necessita ser diagnosticada o quanto antes para evitar a instalação de incapacidades físicas.”

O diagnóstico em crianças ou adolescentes também é outra preocupação. “A hanseníase atinge qualquer idade. Mas quando há crianças doentes isto significa que temos adultos com doença ativa sem tratamento”, completa Suen. Isso porque, dentro do ambiente domiciliar, as chances de transmissão da doença, a exemplo de pais e filhos, é de 50%, conforme explica o dermatologista do Hospital Geral de Palmas (HGP), José Tarcísio da Silva. A transmissão acontece pelo contato prolongado com o portador da doença, que só deixa de transmitir o bacilo causador após o início do tratamento.“A hanseníase é uma doença de evolução silenciosa, pode aparecer uma mancha sem sintomatologia. Se não for diagnosticada em tempo hábil com o passar dos meses ou anos, porque isso às vezes demora, vão surgindo outras manchas”, ressalta o dermatologista. 

No entanto, o alerta para a evolução silenciosa não diminui as chances de cura. “Toda hanseníase tem cura. Em alguns casos avançados, pode ser indicada cirurgia de correção funcional”, acrescenta Suen, exemplificando que sequelas funcionais podem atingir os olhos, mãos e pés.

Como identificar?

Entre os principais sinais e sintomas estão manchas ou caroços na pele e áreas com perda de pelos ou com alteração de sensibilidade ao toque. “A hanseníase se manifesta de diversas formas. Para fazer o diagnóstico, não se pode esperar manchas dormentes, muitas vezes, o paciente pode ter uma área sem mancha, pode ser só uma área dormente, nódulos com ou sem sensibilidade. As lesões mais recentes tem sensibilidade preservada, mas no decorrer do tempo, as áreas acometidas podem se tornar mais dormentes”, explica o dermatologista Tarcísio.

Tratamento

O tratamento contra hanseníase é exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS). Para ter acesso, o paciente precisa procurar a Unidade Básica de Saúde e ser diagnosticado pelo médico da unidade. A recomendação é iniciar o tratamento imediatamente com atenção às doses diárias de comprimidos. Segundo o dermatologista José Tarcísio, “o tratamento pode ser de seis meses ou 12 meses. Isso depende da forma clínica da doença. Além disso, a cada 28 dias, o paciente precisa tomar uma dose supervisionada.” A dose é oferecida ao paciente na própria Unidade Básica de Saúde e pode ser administrada pelo enfermeiro ou técnico de enfermagem da unidade.

Todo medicamento pode provocar efeitos colaterais. O ressecamento da pele é o principal efeito. O escurecimento da pele também pode acontecer, mas não acomete todos os pacientes. Há pessoas que não sentem nada. Se houver efeito colateral pode haver substituição daquela medicação que está causando algum efeito. O importante é relatar para o médico e não interromper”, explica o médico, destacando que as dificuldades de adesão ao tratamento ou qualquer efeito pela medicação deve ser relatado.