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Foto: Divulgação

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Fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec), reclamam de problemas recorrentes nos pontos fiscais pelo Estado e a falta de infraestrutura básica é o maior motivo da insatisfação. De acordo com um fiscal que preferiu não ser identificado, os trabalhadores da agência chegam a fazer vaquinha para poder comprar materiais básicos, tais como: colchão, materiais de limpeza, água potável, pagar internet, realizar a manutenção de equipamentos, entre outros. "Bebemos água da torneira porque nem filtro nós temos", afirma o fiscal. 

Outra reclamação dos fiscais da Adapec é quanto aos atrasos constantes no pagamento do Redade (Ressarcimento de Despesas de Serviços Agropecuários aos Servidores da Adapec). Eles reclamam de tratamento desigual, em caso de comparação com os fiscais da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), que em muitos momentos trabalham juntos com os fiscais da Adapec, por receberem o Redade em dia e outros benefícios.  

Alguns fiscais defendem que há falta de gestão na Adapec, Agência comandada por Humberto Camelo. "Falta gestão porque a gestão da Adapec só está preocupada em cobrar e não dá condições de trabalho. Quando tem carro é caindo aos pedaços. Em Couto Magalhães tem quase dois anos que o telefone está estragado e lá é bem movimento. Estamos desmotivados", disse o fiscal. 

Os funcionários da Agência Agropecuária ressaltam a importância do fiscal no Tocantins: sempre em fiscalização, não permitindo a entrada ou consumo de carne com problemas sanitários, provenientes de animais doentes, por exemplo. 

Os trabalhadores cobram condições de trabalho. "Com eles (os fiscais da Sefaz) é com a Sefaz e é tudo arrumadinho e para nós (fiscais da Adapec) tem dia que nem papel de impressão tem. É preciso ficar pedindo, sendo humilhado", lamentou um fiscal. 

Associação confirma 

O presidente da Associação dos Funcionários da Adapec (AFA), fiscal Wiston Gomes, confirmou em entrevista ao Conexão Tocantins na manhã desta quinta-feira, 9, as reclamações dos fiscais. Segundo ele, foi realizado em outubro de 2015, um levantamento apontando a falta de condições de trabalho nos postos fiscais pelo Tocantins e entregue à Adapec, para que a Agência resolvesse os problemas enfatizados. "Ele se encontra hoje na Adapec. Levantamento de falta de internet, de falta de equipamento, de falta de material de expediente, de condições de trabalho em geral. Repassamos isso, mas até agora não surtiu nenhum efeito positivo, infelizmente", afirmou. 

Wiston disse que será feito novo levantamento. "Para cobrar mais uma vez da gestão, cobrar do governo", disse. Segundo o presidente da Afa, há postos fiscais no Tocantins que "é lamentável a estrutura física dos postos. É desumano, praticamente!". 

Wiston Gomes também confirmou que a gestão da Adapec não colabora com a resolução dos problemas. "A gente cobra e infelizmente o gestor do nosso órgão, da Adapec, ele é um cara muito difícil de diálogo. Algumas coisas não dependem de dinheiro, dependem de gestão", afirmou. 

Adapec 

Ao Conexão Tocantins, a Adapec informou que são investidos mensalmente nas barreiras fixas (pontos fiscais) uma média de R$ 65 mil reais. Que em 2016, a Agência Agropecuária investiu na melhoria das condições de trabalho das barreiras, sendo distribuídos materiais e equipamentos como: camas, beliches, armários, ventiladores, mesas, cadeiras, estantes, arquivos, geladeiras, câmaras frias, fogões, botijões, computadores, impressoras, suwite, nobreak, bebedouro, materiais de sinalizações, pulverizadores, ar-condicionado e colchões, adquiridos com recursos por meio de convênios Adapec/Mapa, totalizando um valor investido de R$ 1.206.292,19 reais.

Ainda de acordo com a Adapec, já estão sendo distribuídos para todas as regionais novos colchões para que sejam feitas as trocas, e para este ano, já foi licitado e está em fase de contratação da empresa a aquisição de novos aparelhos de ar-condicionado.

Sobre as linhas de telefone fixo, a Adapec informou dispor de linhas de telefones celulares com internet para todas as barreiras, porém, em alguns locais não há sinal da operadora que atende a Agência e que nestes casos, não há prejuízos na prestação de serviços por parte dos servidores, uma vez que estes podem emitir os relatórios de ocorrências manualmente durante seus plantões e encaminhar posteriormente para a central. Quanto a linha telefônica do Posto Fiscal de Couto Magalhães a Agência informou que não houve nenhuma comunicação oficial informando possíveis problemas na mesma.

Em relação a material de expediente e consumo, a Agência desconheceu a falta dos mesmos. "Pois foram encaminhados para todas as regionais e redistribuídos às barreiras e escritórios locais, kits completos de material de consumo, expediente, copa e limpeza. Informamos ainda que as barreiras fixas dispõem de água encanada tratada e bebedouro".