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Opinião

Foto: Divulgação

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Talvez eu seja mesmo da “Velha Política”. Até pelos 89 anos que tenho. Mas venho de um tempo em que não havia redes sociais e nem que o marketing transformava pessoas naquilo que verdadeiramente não são. O trabalho era feito no corpo a corpo. Ouvindo as pessoas, olhando nos olhos e fazendo compromissos sérios.

Assim Palmas foi construída. Através do suor de muitos e até mesmo da incompreensão de que outras cidades tiveram em seu momento inicial, pois precisávamos da Capital margem direita do Rio Tocantins, no centro Geodésico do País e que pudesse ser objeto de atração de milhares de investidores. E como muitos vieram, assim veio ele, falo do atual prefeito de Palmas, Carlos Amastha, que em sua posse na Federação Nacional dos Prefeitos, acabou citando Palmas como o “Patinho Feio”. Indignado e ofendido não por mim, mas pelos milhares de trabalhadores que conseguiram transformar pequenos negócios em grandes empresas. Pequenos restaurantes em grandes empresas de alimentação. Pequenas clínicas médicas em grandes hospitais, pequenas salas de aula em centros universitários. Foi isso que Palmas fez para milhares de pessoas atraindo gente de todo o Brasil e do mundo.

E justamente aquele que mais se aproveitou de tudo isso, e que por meio desse esforço e se transformou Prefeito, é que vimos essa ofensa ser atirada em direção a todos que aqui estão. Como se não houvessem aqui antes aqueles que transformaram Palmas na cidade que o atraiu. Afinal de contas, o que fez o senhor Carlos Amastha vir para cá? O que o fez vir investir e buscar nessa cidade se ela era um “Patinho Feio”? Não, não companheiros, não podemos aceitar uma afirmação como esta. Não nós que derramamos o nosso suor, que conhecemos a poeira, o mosquito “porvinha”. Não os funcionários públicos que dormiram no chão noites inteiras. Gente que deu sua vida, que aqui tombou e foi enterrado. E que aqui arriscou tudo para ver Palmas como ela é hoje. Se ele tem méritos, que o aplaudamos por isso, mas que jamais aceitemos suas palavras depreciativas em relação à nossa Capital. Palmas não é um “Patinho Feio”, é um cisne negro, ela é a Capital de todos os tocantinenses, cidade que tive a honra de idealizar, planejar, fundar e construir.

Uma Palmas que por muitas vezes foi motivo de páginas seguidas da revista Veja e outros importante meios de comunicação do País como a Folha de São Paulo e o Estadão e veículos internacionais, mostrando que ela crescia uma taxa três vezes e meia superior à média nacional, que melhorou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), derrubou os índices de analfabetismo e a mortalidade infantil, e se transformou em centro de excelência em vários pontos, na medicina, nos centros universitários, no IFTO, na bela Ponte, no Lago. Em tudo que temos em nossa Capital, que não contou com a participação do atual Prefeito. Um aeroporto moderno, uma bela rodoviária, um estádio. Uma rodovia duplicada do começo ao fim da cidade. Não é assim senhor Amastha, Palmas jamais foi um “Patinho Feio”, ao contrário, ela se tornou o nosso sonho maior, mais do que isso é na nossa realidade. É a cidade que lhe deu uma oportunidade. Que hoje lhe faz ser candidato a Governador. 

A Democracia aceita tudo, menos a ofensa, o jogo de palavras. As jogadas de marketing são destruídas pelos argumentos sérios da cidade sólida que construímos. Que não é apenas de concreto, ferro e cimento, mas verdadeiramente de gente. E foi essa gente que trabalhou para que Palmas se transformasse na mais bela Capital desse País.  

Palmas-TO, 15 de janeiro de 2018.

*José Wilson Siqueira Campos ex-governador do Tocantins e fundador de Palmas