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Foto: Divulgação

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O sorgo é uma cultura que tem várias aplicações, sendo muito utilizado na alimentação animal, na forma de grãos ou como silagem. Ampliando a possibilidade de uso do vegetal, estudos mostram que, por meio de programas de melhoramento genético, o sorgo pode ser uma alternativa para a produção de biocombustível.

Nesse contexto, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), em parceria com programa de Mestrado em Agroenergia da Universidade Federal do Tocantins (UFT), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e empresas privadas, desenvolve trabalhos de pesquisa para avaliar o potencial de cultivares de sorgo melhorado, objetivando a produção de energia.

De acordo com o extensionista do Ruraltins, Hélio Sousa, duas cultivares testadas despontam para atender a essa finalidade: o sorgo sacarino, com suas características semelhantes à cana-de-açúcar, com colmos suculentos, altos teores de açúcares fermentescíveis, podendo ser aproveitado tanto o caldo, quanto o bagaço para a produção do etanol, e o sorgo biomassa, com aproveitamento da planta inteira na produção de energia. Planta essa que pode atingir até seis metros de altura.

“Essa produção de energia já é fato, pois as destilarias de álcool colocaram dentro de suas estruturas uma usina de bioeletricidade, que é a produção de energia gerada a partir da queima da biomassa. Então, o sorgo entra nesse mercado, no período de entressafra da cana-de-açúcar, como uma alternativa de matéria-prima para a produção de etanol, pois é uma cultura de ciclo rápido, de 100 a 150 dias, com alta produtividade que varia de 100 a 150 toneladas por hectare, tudo dentro daquilo que o agricultor pode fazer. Além disso, o sorgo pode ser utilizado em substituição a madeira, com queima direta para aquecimento de fornos e caldeiras de empreendimentos como cerâmica, laticínios, frigoríficos e esmagadora de soja”, avalia o extensionista.

Hélio Sousa ressalta que o resultado desse trabalho poderá ser comprovado pelos produtores rurais na unidade experimental, implantada no Centro Agrotecnológico de Palmas, onde ocorrerá, de 8 a 12 de maio, a Agrotins 2018.  “O que vamos mostrar é mais uma alternativa de renda para o produtor, que, em vez de produzir o sorgo somente para a alimentação animal, ou somente para a produção de grãos, agora tem esse viés, como forma de fornecer essa matéria-prima para a queima em outros tipos de empreendimentos”, finaliza.